
Refugiados tigrés no campo de Um Rakuba, em Gedaref (Sudão); a 18 de fevereiro, a Frente de Libertação do Povo Tigrés festejou no campo a data da sua fundação. Foto © Tomás Sopas Bandeira, cedida pelo autor.
Sete líderes com experiência na resolução de conflitos escreveram ao primeiro-ministro etíope, Abiy Ahmed, pedindo-lhe que tome medidas imediatas para pôr fim à violência e atrocidades cometidas na região do Tigré.
A carta, citada pela IPS, refere as “graves violações e abusos dos direitos humanos”, como “execuções extrajudiciais, violência sexual, pilhagem e destruição de propriedade, execuções em massa, detenções arbitrárias” e deslocação forçada de populações que obrigaram ao êxodo de milhares de pessoas.
O texto é assinado por José Ramos-Horta, antigo Presidente de Timor-Leste e Prémio Nobel da Paz 1996; Ban Ki-moon, ex-Secretário-Geral da ONU; a ex-Presidente da Finlândia, Tarja Halonen; a antiga Enviada Especial da ONU e da Liga Árabe para a Síria, Lakhdar Brahimi; o bispo emérito (luterano) de Oslo e antigo vice-presidente do Comité Nobel, Gunnar Stalsett; o antigo Presidente da Eslovénia, Danilo Turk; e o antigo sub-Secretário Geral da ONU e Enviado Especial para a Prevenção do Genocídio, Adama Dieng.
Cerca de 4,5 milhões numa população de 6 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária imediata, diz o texto, que pede ao primeiro-ministro Ahmed, ele próprio Nobel da Paz em 2019, que aceite investigações independentes e credíveis sobre as violações dos direitos humanos por todos os intervenientes no conflito; que considere a criação de um tribunal para responsabilizar os perpetradores eritreus de crimes de guerra; que coopere com as organizações regionais e a comunidade internacional para facilitar o diálogo, a reconciliação e a cura; que cesse as hostilidades; que facilite o trabalho do pessoal humanitário internacional; e que emita ordens para proteger todos os civis em Tigré.