
O relatório pretende demonstrar “que o problema endémico de padres pedófilos em Itália é particularmente alarmante em comparação com outros países”. Foto © karl-fredrickson / Unsplash.
Nos últimos 15 anos, 164 padres foram condenados por abuso sexual de menores em Itália. A listagem divulgada em conferência de Imprensa pela organização Rete L’ABUSO no dia 1 de fevereiro foi apresentada como “um inventário incompleto” dos clérigos predadores objeto de condenações definitivas, a que se juntam 88 nomes de padres sinalizados pelas suas vítimas, mas cujos casos não foram objeto de investigação criminal por já terem prescrito os crimes de que foram acusados.
A Rete L’ABUSO foi fundada em 2010 por um grupo de vítimas de padres pedófilos em Itália que constatou as “incríveis semelhanças” existentes em todos os casos, quer por parte dos abusadores quer na reação típica das autoridades eclesiais à denúncia de abusos sexuais. No relatório agora divulgado, a organização faz ainda a compilação de 166 padres que estão a ser objeto de investigação criminal, esperam julgamento, aguardam sentença ou viram os seus processos terminarem por os crimes de que foram acusados terem, entretanto, prescrito.
Ao todo, são 418 padres cujos nomes surgem no relatório que apresenta os dados por diocese. A Rete L’ABUSO reuniu elementos que dizem unicamente respeito a abusos sexuais de menores por parte de padres (excluiu catequistas, animadores e leigos em geral) e esclarece que, apesar de conter números em profusão, o objetivo do relatório não é esse, mas sim o de “na ausência de dados governamentais” conseguir “fornecer um quadro mais amplo de conscientização” que demonstre “que o problema endémico de padres pedófilos em Itália é particularmente alarmante em comparação com outros países”.