Literatura e Poesia

Ora Vê #3

Ora Vê #3

o cair da folha prepara um caminho sobre as águas
[o jordão sempre separa os testamentos]
o tombar do profeta anunciará ao verbo o tempo da conjugação
— uma foto de Miguel Cardoso, com texto de Pedro Benino

A Bíblia Tinha Mesmo Razão?

Novo livro

A Bíblia Tinha Mesmo Razão?

Abraão e Moisés existiram mesmo ou são apenas personagens de ficção? O Êxodo do Egito aconteceu nos moldes em que é contado na Bíblia? E a conquista da “Terra Prometida” é um facto ou mito? É inevitável que um leitor contemporâneo se pergunte pela historicidade do que lhe é relatado na Bíblia. Um excerto do novo livro de Francisco Martins.

E a palavra é?… Encontro, diz o escritor das fragilidades humanas

Spadaro e Mencarelli em Lisboa, nesta sexta, 24

E a palavra é?… Encontro, diz o escritor das fragilidades humanas

E a palavra é?… “Encontro”, responde o escritor Daniele Mencarelli, autor de “Tutto Chiede Salvezza” (Tudo pede salvação), adaptado pela Netflix. O autor italiano participa nesta sexta-feira numa mesa-redonda sobre “Literatura e cristianismo – A palavra em comum”, na qual estará também o padre jesuíta Antonio Spadaro, ambos à conversa com o escritor português Jacinto Lucas Pires. 

Dissimulação e mentira

A Casta dos Castos

Dissimulação e mentira

A Casta dos Castos: eis um livro muitíssimo esclarecedor, que não se coíbe de pôr o dedo na ferida. Simplificando muito, todo o seu conteúdo se pode resumir à afirmação de que o celibato não passa de um logro! A instituição está longe de acreditar nas suas virtudes e, sobretudo, na sua exequibilidade em larga escala. (Jorge Paulo)

Uma história real

“Posso Estar Errado”

Uma história real

Björn Natthiko Lindeblad é o autor do livro Posso Estar Errado, um livro simples, porém surpreendente. Quando terminei a sua leitura, pensei que este não era um livro para arrumar, mas sim para partilhar e reler, motivos pelos quais sugiro a sua leitura. 

Como o “Cântico das Criaturas” se colou ao corpo de João e foi da rua de Assis no século XIII para a Praça de São Pedro

O português que cantou na vigília ecuménica

Como o “Cântico das Criaturas” se colou ao corpo de João e foi da rua de Assis no século XIII para a Praça de São Pedro

O Cântico das Criaturas está-lhe “colado ao corpo”. Pelo facto de ter sido composto por Francisco de Assis no dialecto local da Umbria, o poema é claramente um “cântico da rua”. E quando João Maria Carvalho se viu sozinho a cantá-lo na Praça de São Pedro, perdeu a noção do espaço: entre o seu quarto em Benfica (Lisboa) e a praça, com o Papa Francisco e outros 19 líderes cristãos a assistir, “a diferença é quase nenhuma”.

Pessanha, “o fruto mais valioso do simbolismo português”

[Saborear os clássicos – XIV]

Pessanha, “o fruto mais valioso do simbolismo português”

Licenciado em Direito, Camilo Pessanha (1867-1926) parte para Macau, onde é professor do liceu e colega do escritor Wenceslau de Morais “que trocou a sua alma de ocidental pela alma japonesa”. Influenciado pelos poetas simbolistas franceses já referidos e pelo filósofo alemão Schopenhauer, considera que o mundo é ilusão e dor. [artigo d Maria Eugénia Abrunhosa]

“Estudos de Arte e Devoção”: a materialidade do símbolo

Pré-publicação

“Estudos de Arte e Devoção”: a materialidade do símbolo

A simbologia das pedras preciosas na Bíblia e nos clássicos ou a imagem do Santo Cristo dos Açores como uma tradução da iconografia do Ecce Homo, são dois dos temas que integram o volume Estudos de Arte e Devoção (ed. Paulinas), da autoria do bispo e historiador Carlos Moreira Azevedo, que será apresentado nesta semana que agora se inicia, em Lisboa e Porto.

Do Silêncio

Um ensaio

Do Silêncio

Alberto Filipe Araújo tem uma profícua reflexão sobre o silêncio, com dois livros publicados, nos quais pretende contribuir para uma iniciação ao silêncio, uma introdução sempre passível de lançar a inquietação e a reflexão. O texto escrito para o 7MARGENS permite alargar esta sensibilização para o silêncio.

Alice Vieira: “Devia haver uma disciplina de Religião obrigatória”

Jornalista e escritora em entrevista

Alice Vieira: “Devia haver uma disciplina de Religião obrigatória”

Em entrevista ao 7MARGENS, a jornalista e escritora Alice Vieira recordou a sua descoberta da religião (já no liceu e sem que os pais, ateus, suspeitassem), a primeira Bíblia que recebeu (do homem com quem viria a casar), o primeiro presépio que fez (quando já tinham filhos) e a sua conversão ao catolicismo (cuja responsabilidade atribui a um grande amigo de quem sente muitas saudades: o cardeal Tolentino Mendonça). Esta quinta-feira, 25 de maio, e nos próximos dias 27 e 28, estará a dar autógrafos na Feira do Livro de Lisboa.

Cartas de um Teólogo a um Jovem de Hoje

Livro de Alexandre Freire Duarte

Cartas de um Teólogo a um Jovem de Hoje

Os jovens perguntam e querem respostas francas. O autor deste livro foi pegando, enquanto cristão e teólogo, nas suas aulas de Mundividência Cristã, em perguntas reais que lhe foram feitas no decurso de tais aulas e daí surgiram estas Cartas de um Teólogo a um Jovem de Hoje, agora reunidas em livro.

O salvo-conduto de Afonso Costa para o Padre Cruz

Novo livro

O salvo-conduto de Afonso Costa para o Padre Cruz

O padre Francisco Rodrigues da Cruz – Padre Cruz, como ficou conhecido –, cujo processo de canonização está em curso, é uma das figuras mais populares do catolicismo português do século XX. O 7MARGENS publica a seguir um excerto do livro, que relata as vicissitudes do Padre Cruz com o líder republicano e ministro da Justiça, Afonso Costa.

Três escritoras à conversa na biblioteca da paróquia

Clube de Leitura STA

Três escritoras à conversa na biblioteca da paróquia

O Clube de Leitura de São Tomás de Aquino, em Benfica (Lisboa) retoma os seus encontros de leitores propondo um ciclo de primavera sobre regressos: à infância, à terra, à memória, a nós mesmos. A 18 de abril, 11 e 23 de maio, terão lugar conversas com as autoras de três livros: duas primeiras obras de duas escritoras a estrear-se na ficção, Cláudia Araújo Teixeira e Catarina Gomes, e o mais recente romance de Lídia Jorge.

10 anos de pontificado, 10 gostos do Papa: Os poemas piemonteses de Nino Costa

Francisco, 2013-2023 (10)

10 anos de pontificado, 10 gostos do Papa: Os poemas piemonteses de Nino Costa

Os escritores que o Papa Francisco mais aprecia são, de um modo geral, amplamente conhecidos e encontram-se editados em Portugal. É o caso de, por exemplo, Friedrich Hölderlin, Fiódor Dostoievski e Jorge Luis Borges. Mas há um autor que raros sabiam existir até Jorge Mario Bergoglio falar dele: Nino Costa, um italiano do Piemonte, que viveu entre 1886 e 1945.

10 anos de pontificado, 10 gostos do Papa: “Os Noivos”, de Alessandro Manzoni

Francisco, 2013-2023 (3)

10 anos de pontificado, 10 gostos do Papa: “Os Noivos”, de Alessandro Manzoni

Um romance da predilecção do Papa Francisco é Os Noivos (I Promessi Sposi, no original), a obra-prima de Alessandro Manzoni, tido como “o primeiro grande romance italiano”. Numa audiência de há meses, no dia 26 de Outubro de 2022, dedicada ao tema da desolação, considerada a primeira modalidade afectiva de discernimento, Francisco lembrou o livro pela “esplêndida descrição do remorso como uma oportunidade para mudar de vida”.

Pascoaes e o primeiro volume da sua “Obra Poética”

Edição integral até 2025

Pascoaes e o primeiro volume da sua “Obra Poética”

No próximo sábado, dia 4, às 16h, será apresentado na Biblioteca Municipal Albano Sardoeira, em Amarante, o primeiro de cinco volumes a publicar até 2025, nos quais se reúne a obra poética de Teixeira de Pascoaes. A apresentação estará a cargo de José Rui Teixeira, diretor da Cátedra Poesia e Transcendência, da Universidade Católica, e editor da Officium Lectionis, que edita as obras.

Os meus livros também

Os meus livros também

… são para mim motivo de cuidados. Por razões de espaço e, como diz a minha mulher, por estar a criar problemas aos meus filhos: que farão, depois, dos meus livros? O que quiserem, é claro. Já tive de dar, com gosto e desgosto, muitos deles. Mas o maior dos meus problemas, quanto aos livros, é que já não terei tempo para ler aqueles que tenho mesmo de ler.

Recordar o centenário do nascimento, quando Eugénio foi senha da revolução de Tiananmen

“Como se amanhecesse”

Recordar o centenário do nascimento, quando Eugénio foi senha da revolução de Tiananmen

Provavelmente são muito poucos, ou quase ninguém, os que sabem desta história. Nunca a vi escrita, nem mencionada nas inúmeras notícias ou biografias do Eugénio, nem muito menos nas crónicas sobre o que aconteceu em Tiananmen, há muitos anos. Tão pouco dá conta disso o seu tradutor em chinês, Yao Jingming, que conheceu o poeta em 1988. É disso que pretendo dar testemunho, ad perpetuam rei memoriam, no dia em que o Eugénio de Andrade celebraria cem anos de vida.

Terá a comunidade LGBT lugar na Igreja Católica?

Terá a comunidade LGBT lugar na Igreja Católica?

A recente leitura do estimulante livro de James Martin, Construindo uma Ponte, aumentou em mim a convicção de que há muito caminho a fazer no contexto da Igreja Católica quanto aos direitos das pessoas LGBT, tal como também em relação aos direitos das mulheres.

Jesus tem futuro. Na versão de Ratzinger

[Leituras de um pontificado - I]

Jesus tem futuro. Na versão de Ratzinger

O Jesus de Nazaré de Ratzinger quer ir além do Jesus “histórico” que a investigação tem revelado nos últimos dois séculos. Os especialistas criticam aspectos de um livro que já é um best-seller. Reedição de um texto publicado no Público em 11/03/2011 sobre a obra que o cardeal Tolentino Mendonça acredita que ainda será lida daqui a 100 anos.

“Se é de Deus, Deus se diverte”

Pelé, o rei (1940-2022)

“Se é de Deus, Deus se diverte”

Ovacionado nos estádios, guardado na lembrança de todos os que o viram jogar, celebrado na poesia. Adquire múltiplas formas a memória de Pelé, ou Edson Arantes do Nascimento, nascido em 1940 no estado de Minas Gerais e que morreu nesta quinta-feira, 29, em São Paulo (Brasil). Carlos Drummond de Andrade homenageou-o em diversas ocasiões. Quando Pelé marcou o golo 1000, em 19 de Novembro de 1969, o escritor dedicou-lhe um texto que aqui reproduzimos.

As canções que romperam o silêncio aflito

Música popular no Estado Novo

As canções que romperam o silêncio aflito

A canção apresenta-se neste livro como um objeto único para reconstituir a história cultural de uma era, como nos avisa a mensagem inscrita na contracapa. E essa época está bem definida no subtítulo deste Silêncio Aflito: “A sociedade portuguesa através da música popular (dos anos 40 aos anos 70)” — e assim está também situado o regime ditatorial do Estado Novo que oprimiu Portugal até 1974 e, à época, as então colónias.

Silêncio: a luz adentra no corpo

Pré-publicação 7M

Silêncio: a luz adentra no corpo

A linguagem não é só palavra, é também gesto, silêncio, ritmo, movimento. Uma maior atenção a estas realidades manifesta uma maior consciência na resposta e, na liturgia, uma qualidade na participação: positiva, plena, ativa e piedosa. Esta é uma das ideias do livro Mistagogia Poética do Silêncio na Liturgia, de Rafael Gonçalves. Pré-publicação do prefácio.

Uma justa homenagem a Manuela Silva

[Nas margens da filosofia – XLIX]

Uma justa homenagem a Manuela Silva

No dia passado dia 11 de Novembro reuniram-se no ISEG familiares, admiradores, colaboradores e amigos de Manuela Silva, prestando-lhe homenagem através do lançamento de um livro onde a sua acção foi lembrada em múltiplas vertentes – social, política, espiritual e profética. Economista de profissão, ela colocou todo o seu saber, a sua energia e os seus interesses ao serviço de uma causa: construir um mundo melhor e mais justo, onde todos e todas conseguissem viver plenamente a sua dignidade de pessoas, ao mesmo tempo que respeitavam a Terra onde lhes foi dado viver.

A beleza de que somos capazes

A beleza de que somos capazes

Ruben David Azevedo, colaborador da coluna Entre Margens, acaba de editar O Que Nos Salva?, coletânea de textos sobre “o Absoluto, a Consciência, o Absoluto-da-Consciência, o Sentido da vida, e o Mistério de Tudo”, que inclui também uma dezena de crónicas publicadas no 7MARGENS. 

Sertã homenageia padre Manuel Antunes

Dia 3 de novembro

Sertã homenageia padre Manuel Antunes

Os 104 anos do nascimento do padre Manuel Antunes, uma das figuras mais relevantes na história recente da Sertã, serão assinalados esta quinta-feira, 3, naquele município, com diversas atividades que visam homenagear a sua vida e obra. Entre elas, a estreia do documentário “Pensador luminoso”, que inclui imagens e testemunhos inéditos sobre o padre jesuíta e um dos mais destacados pedagogos do século XX português.

A busca espiritual em Fernando Pessoa

Um registo biográfico único

A busca espiritual em Fernando Pessoa

Hostil ao catolicismo e agnóstico, Pessoa foi canalizando as interrogações sobre o desconhecido e as suas inseguranças existenciais para a ciência dos astros, para a cabala enquanto “demanda metafísica”, bem como para práticas esotéricas e espíritas. Mas no meio disto tudo encontramos uma dimensão espiritual na sua vida e na sua escrita?

Poetas à solta em Barcelos

Conversas, poesia e leituras

Poetas à solta em Barcelos

Um fim-de-semana cheio com poesia, leituras e conversas em Barcelos é a proposta da Poeta à Solta. Em Barcelos, a tarde e noite desta sexta-feira, 21, e a tarde de sábado, levam à cidade os poetas Chus Pato, Jaime Rocha, João Vasco Rodrigues, Miriam Reyes e Valter Hugo Mãe.

Novo livro de Tomáš Halík: O cristianismo a entrar na tarde da fé

7M publica excertos

Novo livro de Tomáš Halík: O cristianismo a entrar na tarde da fé

Entrar na tarde da fé. Ou seja, transformar a Igreja Católica num lugar que ateste “esta confiança num Deus que é maior do que todas as nossas ideias, definições e instituições”. Tal é a proposta do teólogo checo Tomáš Halík, no seu novo livro A Tarde do Cristianismo – O Tempo da Transformação (ed. Paulinas), que agora é editado em Portugal. Publicamos excertos do primeiro e do último capítulos.

Silêncio: devolver à vida a sua beleza

Livro de oração

Silêncio: devolver à vida a sua beleza

Será um passo paradoxal falar do silêncio: afinal, ele será rompido para que dele se fale. Mas sabemos, na nossa experiência quotidiana, como a ausência de reflexão pode ser sinónimo, não de silêncio, mas de um adormecimento nos ruídos, distrações e imagens que constantemente nos interpelam.

Os Evangelhos Apócrifos traduzidos por Frederico Lourenço

Pré-publicação 7M

Os Evangelhos Apócrifos traduzidos por Frederico Lourenço

Frederico Lourenço, que tem estado a traduzir a Bíblia, num projeto muito aplaudido, apresenta agora a tradução para português dos evangelhos apócrifos, a partir das línguas originais – latim e grego. Combatidos a partir do século IV e excluídos a partir do século XVI, estes evangelhos apócrifos são agora reunidos numa edição bilingue. Pré-publicação.

Ruy Cinatti, o senhor da chuva em Timor

Livro ilustrado

Ruy Cinatti, o senhor da chuva em Timor

Ruy Cinatti (1915-1986) Senhor da Chuva é o título do livro que evoca a figura do poeta e antropólogo que dedicou vários anos da sua vida a Timor. Da autoria de Mara Bernardes de Sá e com ilustrações de Bosco Alves, o livro foi agora lançado pela Plural Editores e conta com prefácio do padre Peter Stilwell.

Para que serve a oração? Para nutrir o desejo

Para que serve a oração? Para nutrir o desejo

A Oração dos Cristãos – o Pai Nosso Comentado pelos Padres da Igreja, o novo livro de Isidro Lamelas, frade franciscano e professor na Faculdade de Teologia da Universidade Católica Portuguesa, é uma proposta de renovação da experiência orante que nos transporta aos ritos de fundação dos Padres da Igreja para percebermos que “Jesus não ensinou quantas vezes ou quanto e quando, mas como se deve orar”. Terá uma apresentação pública no próximo sábado, 10, às 17h30, junto do pavilhão da Universidade Católica Editora na Feira do Livro de Lisboa.

Sonata platónica

Sonata platónica

  Silenciei a euforia do gesto após a ingénua impulsividade no embalo cego da confiança das falsas palavras, e parti. Parti tão repentinamente... e quão repentinamente cheguei?! Descansei o meu brilho na casa torta e fechei portas à cidade, hoje sou jardim...

Uma Guerra Mundial “em peças soltas” – a oportunidade de um livro

Papa Francisco

Uma Guerra Mundial “em peças soltas” – a oportunidade de um livro

A expressão de uma guerra “em peças soltas” é usada pelo Papa Francisco no prefácio do seu recente livro Contra a Guerra.[1] Constituem-no um conjunto de textos provenientes de diferentes acções decorridas no ano de 2022 – bem como em datas anteriores – onde se debruçou criticamente sobre este tema. Em todos esses escritos está presente aquilo a que o Papa designa como “cultura da solicitude,” [2] uma atitude que contrasta com a situação que hoje diariamente vivemos, onde a possibilidade de guerra mundial é uma constante.

Um festival de poesia em Toledo para que o ferro não vença a árvore

Ruy Ventura na homenagem a Ángel Guinda

Um festival de poesia em Toledo para que o ferro não vença a árvore

Iniciou-se nesta sexta-feira e decorre até domingo (2 a 4 de setembro), em Toledo (Espanha) o “Voix Vives – Festival de Poesía de Mediterráneo en Mediterráneo”. Seria a décima edição, não tivesse a pandemia interrompido a regularidade desta iniciativa, que tem como polos a cidade espanhola e Sète, no sul de França. Neste ano, o Festival presta homenagem a Ángel Guinda, importante poeta espanhol recentemente falecido.

O rosto inacabado

Introdução da obra

O rosto inacabado

O Rosto Inacabado, editado esta semana pelo Secretariado Nacional de Liturgia, faz um percurso em seis capítulos pelo rosto de Cristo na Bíblia e pelas “presenças reais” no texto bíblico, no ícone e na eucaristia, antes de falar dos “ignorados”: as crianças, os pequenos, os que sofrem, os que têm fome ou sede, os estrangeiros, os pobres, os doentes ou os presos. O 7MARGENS reproduz a introdução do livro.

Acompanhar os reclusos, uma arte do cuidar

Livro “Amar os Presos?!...”

Acompanhar os reclusos, uma arte do cuidar

Um alerta para que se fale das pessoas que vivem em situação de privação de liberdade, periferia que se encontra quase esquecida por muitos católicos incluindo sectores da própria hierarquia católica, apesar da sua Pastoral Penitenciária – tal é o foco do livro Amar os Presos?!… –  Inquietações e Contributos de um visitador prisional, da autoria de Paulo Neves. O autor faz parte da Unidade Pastoral dos Estabelecimentos Prisionais de Custóias, Sta. Cruz do Bispo e cadeia anexa à Polícia Judiciária (Porto).

Estado proíbe leitura de cinco livros no secundário

Filipinas

Estado proíbe leitura de cinco livros no secundário

A Comissão da Língua Filipina retirou cinco livros da lista de livros aconselhados para os alunos do secundário, proibindo a sua leitura por “terem conteúdos que violam a lei antiterrorismo do país”. O decreto foi publicado a 12 de agosto, noticia a agência UCA News de dia 15.

O Grito que está dentro da nossa cabeça

Livros

O Grito que está dentro da nossa cabeça

No livro “Dos Sonhos e das Imagens: a Guerra de Libertação na Guiné-Bissau”, Catarina Laranjeiro regressa a um dos locais mais filmados por alturas da guerra, a tabanca (aldeia) de Unal, no sul da Guiné-Bissau. Ponto estratégico para o PAIGC pela sua proximidade com a fronteira com a Guiné-Conacri. Descobre, nesta viagem, as pessoas, as personagens que ainda vivem nesta geografia e nesta memória.

A longa viagem de uma identidade coletiva

“Rostos de uma Barragem”

A longa viagem de uma identidade coletiva

Rostos de uma Barragem reproduz um álbum de cerca de 200 fotografias, a preto e branco, na sua esmagadora maioria da autoria do Padre Telmo Ferraz e por ele legendadas. Retrata a realidade da barragem de Picote entre os inícios da sua construção e inauguração (anos 1954-1959). Irradiação de vida e de memória, configura um documento social e histórico, cujo texto introdutório de Henrique Manuel Pereira aqui reproduzimos.

Tempos sombrios: um apelo à responsabilidade e à precaução

Tempos sombrios: um apelo à responsabilidade e à precaução

A formulação “tempos sombrios” que dá o título a este texto, remete para o livro da filósofa Hannah Arendt, Homens em Tempos Sombrios, sobre as biografias de homens e de mulheres que viveram na primeira metade do século XX, contemporâneos do totalitarismo em ambas as suas formas: nazismo e estalinismo.

“Cadernos da Água”, um romance a ler

Livro de João Reis

“Cadernos da Água”, um romance a ler

É um livro envolvente e inquietante. Alienante, só se for no sentido de nos transportar para outra realidade, mas de nenhum modo sem nos deixar sossegados no nosso hoje. Cadernos da Água é o seu título, João Reis o seu autor. Valeram a pena as horas intensas de leitura que lhe dediquei, porque me alargaram os horizontes da vida e da esperança.

Tríptico e eco

Tríptico e eco

É nesse momento de suspensão, de silêncio, em que deixamos de procurar activamente, entrando delicadamente no espaço-sem-espaço e no tempo-atemporal, que “mergulhamos com ele até ao fundo” e nos aproximamos do clarão do farol que dissolve as trevas ao varrer a noite [não fosse este jogo de escondidas e pensaríamos nós um dia ter já um domínio total e um conhecimento perfeito daquele que nos procura] para que, pelos vislumbres da beleza da sua presença, nos sintamos chamados a ir procurando mais e sempre de modo renovado.

Diálogo inter-religioso não é estratégia, mas atitude existencial, diz Javier Melloni

Teólogo jesuíta em Portugal

Diálogo inter-religioso não é estratégia, mas atitude existencial, diz Javier Melloni

“O diálogo inter-religioso não é uma estratégia para sobreviver em tempos de forçada pluralidade, mas trata-se de uma atitude existencial que implica toda a pessoa”, diz o jesuíta catalão Javier Melloni no seu livro Para Um Tempo de Síntese – Presente e futuro das religiões (ed. Fragmenta), que acaba de ser publicado e que o próprio apresentará em Portugal, a partir desta segunda-feira, 23 de Maio, em quatro conferências públicas

“Domínio”, de Tom Holland: a recomposição da experiência cristã

Uma leitura do Patriarca no 7M

“Domínio”, de Tom Holland: a recomposição da experiência cristã

Este livro de Tom Holland, escritor inglês com vária obra histórica publicada, obteve uma apreciação positiva e generalizada, quando saiu em 2019: “Cativante” (The Times), “Arrebatador” (The Economist), “Fascinante” (Library Journal)… Mais assertivo ainda, The Sunday Times: “Se os grandes livros nos encorajam a olhar o mundo de um modo completamente novo, então Domínio é, sem dúvida, um grande livro.”  

Não quero senão

Não quero senão

Se aos olhos de alguém transpareço / noutros sorrisos me encontro / aprendi a voar nos abismos / da alma humana inacabada / entristecida de arrogâncias / falácias perpétuas sem rosto

Qual é a religião de Deus?

Pré-publicação

Qual é a religião de Deus?

Na próxima quinta-feira, 19 de maio, será apresentado no Porto Todos Nós Somos Sendo (ed. Contraponto), o livro que completa uma trilogia de conversas entre frei Fernando Ventura e Joaquim Franco. O 7MARGENS antecipa um excerto da obra, na qual frei Fernando e Joaquim questionam: “qual é a religião de Deus?” 

Autorretrato

Autorretrato

Não é bonito dizer que tenho um familiar favorito, mas tal como Picasso fez na sua época áurea, vou quebrar os estereótipos e dizer que o meu bisavô é a melhor pessoa que alguma vez conheci.

O poeta viajante Hugo Mujica vem ao Porto

Padre e filósofo

O poeta viajante Hugo Mujica vem ao Porto

O poeta argentino Hugo Mujica, presbítero, filósofo e artista plástico vem a Portugal na próxima semana apresentar uma nova antologia da sua obra, com o título “Tudo o que arde morre iluminando”, numa edição bilingue da editora portuense Officium Lectionis, de José Rui Teixeira. 

Teologia e Poesia

Livro sobre Drummond de Andrade

Teologia e Poesia

O livro de Alex Villas Boas Teologia e Poesia em Carlos Drummond de Andrade. Busca de sentido e razão de recusa de Deus (Lisboa, 2021) que aqui se apresenta vem na continuidade dos volumes anteriores da coleção Estudos de Religião da INCM, nomeadamente o volume sobre a teologia ficcional de José Saramago. 

Que nem para morrer há um lugar

Maria Ondina Braga, 100 anos

Que nem para morrer há um lugar

Em 2016 publiquei um pequeno roteiro para uma fotobiografia da Maria Ondina Braga, a minha querida tia Ondina, cujo título – e fico só e falo com as sombras – era uma expressão da própria em carta a um amigo próximo, corria então veloz a década de setenta. Mais que um desabafo, uma constatação. A sua vida assim. O resto um sobejo inútil.

Padre Sousa Fernandes homenageado em Braga

Livro com testemunhos e inéditos

Padre Sousa Fernandes homenageado em Braga

Decorre neste sábado, 26, na Biblioteca Lúcio Craveiro da Silva, em Braga, a partir das 15.30h, um evento evocativo do percurso multifacetado do padre e professor António Sousa Fernandes, durante o qual será apresentado um livro com testemunhos de amigos e textos do homenageado. O livro, intitulado “Vou ficar por aqui até ao fim. Vida e obra de António Manuel Sousa Fernandes”, foi coordenado por Eduardo Jorge Madureira e Luís Cristóvam, e destaca facetas de uma personalidade que marcou a vida eclesial, académica, política e cultural bracarense e nacional.

Quando a violência nos bate à porta

[Nas margens da filosofia]

Quando a violência nos bate à porta

Quando falamos de violência imediatamente a identificamos com o abuso de força ou de poder sobre algo ou alguém, ou seja, pensamos num agressor e num agredido despojado dos seus direitos e que, enquanto tal, fica reduzido à condição de vítima. Etimologicamente ligamos este termo à sua raiz latina que é a “vis”, ou seja, a força ou vigor e é quase consensual defini-lo como um uso ilegítimo dessa força.

Maria, mãe de Jesus e do seu movimento – um outro olhar

Um livro de James D. Tabor

Maria, mãe de Jesus e do seu movimento – um outro olhar

“Há uma verdade teológica; e há uma verdade histórica e é sobre esta última que diz respeito a obra” que James D. Tabor apresenta: Marie. “Maria, mulher judia, viúva, só e pelo menos mãe de oito filhos… respeito a piedade e a devoção, a Maria celeste – eterna celibatária, como uma religiosa. Mas a Maria esquecida que estamos a descobrir é uma heroína, cuja espiritualidade e exemplo são impressionantes.”

Desencontros: amar e ser compreendido

Lançamento

Desencontros: amar e ser compreendido

Quando o padre Carlos Pinto, pároco de São Pedro de Almargem do Bispo, me convidou para apresentar o seu livro e me disse o título – DesEncontro –, confesso que me lembrei de imediato de uma música do José Cid cuja letra diz: “Desencontro, quando se ama e não se é correspondido.” E o curioso é que esta definição ajuda a entrar neste livro.

Está bem?

Está bem?

Pai querido – tão perfeito
Que possuis todo o amor de Mãe:
Queremos reconhecer a dignidade do teu Nome
E que sejas o nosso inspirador e orientador
Pois a tua vontade é a felicidade perfeita.

Vida, luz e sombra (sobre “Silêncio na Era do Ruído”)

Vida, luz e sombra (sobre “Silêncio na Era do Ruído”)

Num tempo em que precisamos de vidros duplos para ter silêncio em casa ou nos protegermos do som infernal das brocas que perfuram azulejos da casa do vizinho ou lá em baixo na rua; num tempo em que tanta gente só adormece mantendo a TV ligada ou ouvindo o spotify nos auscultadores incansáveis do telemóvel com os fios a adentrar-se nos ouvidos, da real dependência de ecrãs e luzes fosforescentes, do facebook e do whatsapp – que cansaço! –, é preciso reaprendermos o silêncio.

A fé cruzada com as porosidades humanas

Livros

A fé cruzada com as porosidades humanas

É possível propor um caminho de redescoberta das pistas da fé cristã após vinte séculos de história? Continua a experiência espiritual do Cristianismo a fazer sentido, a encontrar linguagens novas, a sentir uma frescura que lhe é emprestada quer do regresso às fontes, quer do diálogo com todas as expressões do humano – da arte à literatura, do cinema à poesia? É esse difícil trabalho que o dominicano inglês Timothy Radcliffe leva a cabo com grande maestria.

Início do curso sobre mística cristã será em Maio

Adiamento

Início do curso sobre mística cristã será em Maio

  A mística e a poesia, os estudos filosóficos sobre a mística e a mensagem e impacto das figuras místicas ao longo da história do cristianismo são alguns dos temas de um curso livre sobre Mística e Místicos no Cristianismo que se iniciará dia 5 de Maio e decorre...

Hildegarda a dançar na Capela das Barrocas

Paróquia de Aveiro propõe programa cultural

Hildegarda a dançar na Capela das Barrocas

O espectáculo de dança Visão Hildegard, dirigido por Suzana Rosas, decorre a partir das 17h30 deste sábado, 29, na capela das Barrocas, em Aveiro. É a primeira de um conjunto de actividades culturais que, até final do ano, pretendem promover, nas diferentes igrejas da paróquia da Vera-Cruz, “o diálogo com a cultura e as novas linguagens, usando a linguagem da Igreja e do espaço sagrado”

As causas que sobrevivem às coisas

Crónicas portuguesas dos anos 80

As causas que sobrevivem às coisas

O Portugal de A Causa das Coisas e de Os Meus Problemas, publicados nos anos 80, fazem sentido neste século XXI? Miguel Esteves Cardoso ainda nos diz quem e o que somos nós? Haverá coisas que hoje se estranham, nomes fora de tempo, outras que já desapareceram ou caíram em desuso. Já as causas permanecem. Pretexto para uma revisitação a crónicas imperdíveis, agora reeditadas.

A liberdade enquanto caminho espiritual

Carta a Filémon

A liberdade enquanto caminho espiritual

A Epístola a Filémon – um dos mais pequenos escritos do Novo Testamento – constitui o estímulo e o contexto para uma bela reflexão sobre a vivência da liberdade enquanto caminho espiritual. Adrien Candiard – dominicano francês a residir na cidade do Cairo – consegue em breves páginas apresentar um exercício de leitura rico e incisivo sobre a qualidade da vida cristã, mantendo um tom coloquial próprio do contexto de pequenos grupos nos quais este livro encontrou a sua origem.

Uma história de salvação, um núcleo palpitante

Uma história de salvação, um núcleo palpitante

Nesta belíssima obra agora disponível, James Dunn – biblista britânico que dedicou a sua vida ao estudo da história do primeiro século do Cristianismo – proporciona ao leitor uma viagem através dos diversos escritos do Novo Testamento, neles buscando os traços da mensagem e da vida de Jesus.

A um gato

Natal, criação e beleza (10)

A um gato

Quinta selecção de fotos da autoria de Elisa Costa Pinto, professora de Português e Literatura Portuguesa no secundário, que tem desenvolvido projectos de promoção da leitura, acompanhada de poema por ela escolhido.

Um livro da rua e do 7Margens

Crónicas de Ana Sofia Brito

Um livro da rua e do 7Margens

É um livro que começou no primeiro confinamento ditado pela pandemia, em Março de 2020. Ana Sofia Brito aproveitou os dias sem sair de casa para vasculhar todos os seus cadernos e papéis. Rasgou muito do que lhe entulhava as gavetas, mas também aproveitou muito – nas suas palavras, o que achava decente. O convite para escrever para o 7MARGENS e o encorajamento aí recebido levaram à ideia de um livro.

A dançarina em dezembro

A dançarina em dezembro

A menina dança em dezembro para aquecer a alma. Dezembro é a dança melodiosa que ilumina a árdua coreografia do resto do tempo. O seu peito trémulo e arquejante espreita ousado para dentro das casas onde lareiras ardem a deitar cheiro, a menina imagina que é os outros meninos no aconchego dos agasalhos, cheios de pai e mãe, cheios de jantar e luz. 

“o Filho do homem numa nuvem…”

Tempo de Advento (I)

“o Filho do homem numa nuvem…”

Desde há vários anos, a comunidade da Capela de Nossa Senhora da Bonança (conhecida como Capela do Rato), em Lisboa, assinala o tempo litúrgico do Advento com a publicação de postais com uma pintura encomendada a um(a) artista e um poema alusivo ao dia. Este ano, a convidada foi a artista algarvia Lígia Rodrigues, sendo os textos da autoria da escritora Leonor Xavier e do actor e encenador Luís Miguel Cintra.

“A leitura dos Evangelhos é tremendamente revolucionária”

Irene Vallejo, autora de “O Infinito Num Junco”

“A leitura dos Evangelhos é tremendamente revolucionária”

Mantém a fantasia de que o autor da Odisseia não é Homero mas o seu pai, que reinventava as histórias de Ulisses. Considera, aliás, que aquele texto traduz “as duas tensões da nossa vida: o desejo de voltar ao lugar seguro e, por outro lado, o desejo de aventura, de risco”. Irene Vallejo, nascida em Saragoça em 1979, autora de O Infinito Num Junco, esteve esta semana em Lisboa para participar na abertura das comemorações do centenário do nascimento de José Saramago e falar sobre o seu livro em entrevistas e debates. Em entrevista ao 7MARGENS falou também acerca da Bíblia, quase ausente do livro que apaixonou milhares de leitores em, por enquanto, mais de 30 países. 

Tambores rufando ao sabor dos ventos do Prémio Camões 2021

A mulher e os temas de Paulina Chiziane

Tambores rufando ao sabor dos ventos do Prémio Camões 2021

A primeira vez que ouvi falar na Paulina Chiziane foi na Faculdade de Letras da Universidade Eduardo Mondlane, instituição na qual ela e eu estudámos. Frequentámos o curso de Linguística, com saídas para essa área de saber, mais a Literatura. Não fomos colegas de turma. Ela tinha sido de um ano anterior ao meu. Feitas as contas, foi admitida nos anos 89/90 e eu fui aceite no semestre 90/91, segundo ano após a reabertura dessa instituição ora encerrada.

“Menino Menina” – um livro só para crianças?

“Menino Menina” – um livro só para crianças?

Recentemente tive acesso ao livro de Joana Estrela, Menino, Menina (Planeta Tangerina, 2020) que aborda as questões de género. Não pude deixar de ter este pensamento recorrente: dramatiza-se e lançam-se impropérios sobre a ideologia de género e aqui está tudo tão bem explicado às crianças, de modo simples e objetivo!

para o Fernando Echevarría, mas não à sua memória

Na morte do poeta

para o Fernando Echevarría, mas não à sua memória

Conheci o Fernando Echevarría há alguns anos quando juntos animámos no Metanoia uma sessão sobre os nomes de Deus que a poesia enuncia em nós, ou não, ou só. Da sua sala sobre o rio aberta recordo cada gesto afável, a tenaz humildade de quem um dia disse, e fez, e um campo escolheu e o lavrou. Mas sobretudo uma orelha enorme suspensa sobre a tarde, à escuta do que talvez não fale.

Fernando Echevarría

(1929-2021)

Fernando Echevarría

Fernando Echevarría era um poeta desafectado, que ria com vontade, quando lhe contavam que um dos seus primeiros livros, “Introdução à filosofia”, constava nas prateleiras de uma biblioteca ao lado de Aristóteles. Considerava-se, às vezes, um simples homem, de modo levemente abrutalhado, com pouco jeito para preitos, vassalagens, convénios, mesuras ou trapalhadas.

Ainda…

Poesia

Ainda…

“Ainda há pouco houve um tempo que nos fechou em casa/ O que era deixou de ser e o presente congelou/ Estalou o verniz e os corações se revelaram/ O invisível deu-se a ver no sofrimento e solidão”…

“Pensa Fraternalmente” – Um Fernando Pessoa desconhecido

Saborear os Clássicos (VI )

“Pensa Fraternalmente” – Um Fernando Pessoa desconhecido

Pedro Teixeira da Mota investigou na célebre arca de Pessoa, e também no espólio do poeta na Biblioteca Nacional, textos na sua maioria inéditos, relativos à Metafísica, Esoterismo, Caminho Iniciático. Em geral, não é muito referida nem objecto de estudo e de investigação esta vertente pessoana, sobre a qual Maria Eugénia Abrunhosa se debruça neste texto.

Há dois mil anos de presença judaica em Portugal e Esther Mucznik foi à procura dessa história

Novo livro

Há dois mil anos de presença judaica em Portugal e Esther Mucznik foi à procura dessa história

O que nos diz a história de quase dois mil anos de presença judaica no território que é hoje Portugal? Partindo desta pergunta, a investigadora em temas judaicos Esther Mucznik escreveu um livro que pretende mostrar como “a vida dos judeus portugueses é indissociável da história de Portugal”. A obra, com o título Judeus Portugueses – Uma história de luz e sombra (ed. Manuscrito), será apresentada nesta terça-feira, 28, às 18h30, no espaço cultural do El Corte Inglés, de Lisboa.

Um Grande Homem: Integrado Marginal

José Cardoso Pires por Bruno Vieira Amaral

Um Grande Homem: Integrado Marginal

Integrado Marginal foi leitura de férias junto ao mar, entre nevoeiros e nortadas que me levavam a recorrer a esplanadas cobertas para ler enquanto tomava um café bem quente. Moledo do Minho no seu inquieto esplendor… e capricho! Tinha lido algumas obras de José Cardoso Pires: Lisboa. Livro de Bordo (feito para a Expo 1998); O Burro em Pé (livro para crianças); Alexandra Alpha; De Profundis: Valsa lenta; O Delfim.

Das trincheiras da Grande Guerra pode ter nascido este concerto sobre o mundo

Estreia na Igreja de São Tomás de Aquino

Das trincheiras da Grande Guerra pode ter nascido este concerto sobre o mundo

“Os primeiros esboços deste texto terão surgido nas trincheiras da Primeira Guerra Mundial”, explica o compositor Alfredo Teixeira, autor da Missa sobre o Mundo, obra para órgão e voz recitante que terá a sua estreia mundial absoluta no próximo sábado, 18 de Setembro, às 16h30 (entrada livre, sujeita ao número de lugares existentes). A obra, construída a partir de excertos do texto homónimo de Pierre Teilhard de Chardin (1881-1955), padre jesuíta e paleontólogo, abrirá a temporada de concertos na Igreja Paroquial de São Tomás de Aquino, em Lisboa.

Conduzidos até ao Sétimo Dia

Livro

Conduzidos até ao Sétimo Dia

A escrita de Daniel Faria não permite leituras rápidas ou imediatas: leituras que, por outras palavras, fechem a força do texto e o encerrem numa “mensagem”. Chegará o tempo, a prolongar-se, dos ensaios de leitura pessoais deste inédito agora publicado sob o título de Sétimo Dia; este é o momento de dar a notícia, de chamar a atenção, de convidar à leitura, de dizer: está aqui. É uma ocasião a marcar.

e agora sei que oiço as coisas devagar

[D, de Daniel]

e agora sei que oiço as coisas devagar

Para isto me abeirei da poesia, para o duplo milagre do vagar e da escuta. Preciso do silêncio de que é feito o poema, o branco da página a céu aberto. E da palavra ponderada, arredondada na boca antes de ser escrita, húmida ainda de saliva e sangue. E luminosa como uma janela oriental.

Um livro para entender o imaginário católico de Sting

Lançamento

Um livro para entender o imaginário católico de Sting

Evyatar Marienberg, historiador da religião na Universidade da Carolina do Norte em Chapel Hill, escreveu um livro sobre a imaginação católica de Sting e de como ela alimentou a sua criatividade. Antes de ser quem é na cena do rock internacional como o principal compositor e vocalista do Police, Sting (nascido Gordon Sumner em 1951) cresceu na cidade de Wallsend, Inglaterra, e frequentou escolas católicas. Recebeu o Crisma aos 14 anos e casou-se com sua primeira esposa na Igreja Católica aos 25 anos.

O antirracismo de Vieira em debate na Brotéria

Terça, 22, em Lisboa

O antirracismo de Vieira em debate na Brotéria

“O elogio da cor preta ou o antirracismo de Vieira: ousadias e limites da crítica esclavagista vieirina” é o tema da conferência que a revista Brotéria promove nesta terça-feira, 22, às 18h30, nas suas instalações em Lisboa (Rua São Pedro de Alcântara, 3, ao Bairro Alto). O historiador José Eduardo Franco, autor de livros como O Mito dos Jesuítas, é o convidado para esta sessão.

Leituras encenadas trazem clássicos do século de ouro do teatro português

Teatro

Leituras encenadas trazem clássicos do século de ouro do teatro português

Quinze textos do “século de ouro” da cultura e do teatro em Portugal serão recriados com leituras encenadas, pelo grupo Teatro Maizum, no Festival de Teatro Clássico Português, que decorre na semana que agora se inicia, entre segunda-feira, 21, e sexta, 25 de Junho, sempre a partir das 19h. O Festival integra ainda, no último dia, entre as 14h15 e as 18h30, as primeiras Jornadas de Teatro Clássico Português, que contarão com a participação de especialistas portugueses e brasileiros.

As casas e os espaços dos primeiros cristãos

Livro

As casas e os espaços dos primeiros cristãos

Esta obra apresenta uma coletânea de textos dos quatro primeiros séculos sobre os espaços que os cristãos criaram para celebrar a sua fé, desde homilias a catequeses pascais, de cartas a escritos teológicos. O leitor é introduzido neste património literário por um amplo estudo de Isidro Lamelas.

Música de Pärt e Teixeira para um tempo de confiança

Concerto em Lisboa

Música de Pärt e Teixeira para um tempo de confiança

Hinário para um tempo de confiança, obra musical de Alfredo Teixeira, sobre textos de frei José Augusto Mourão, e The Beatitudes (As bem-aventuranças), do estoniano Arvo Pärt, raramente interpretada em Portugal, são as duas peças que marcam o regresso do Ensemble São Tomás de Aquino à sua temporada de concertos, neste sábado, 5 de Junho, às 21h, na Igreja Paroquial de São Tomás de Aquino (R. Virgílio Correia, em Lisboa).

Júlio Dinis – a modéstia e o perfume das violetas

Saborear os Clássicos V

Júlio Dinis – a modéstia e o perfume das violetas

O escritor Júlio Dinis (1839-1871) – na verdade o médico Joaquim Guilherme Coelho – nasceu de uma família da alta burguesia portuense. O pai, médico; a mãe de origem inglesa e irlandesa – os avós, pelo menos, comerciantes, já cá viviam. Estuda na Escola Médica. Acabado o curso com distinção, torna-se lente nessa Escola. Siga aqui neste artigo o seu percurso como autor

“À Sombra do Silêncio” – Elogio ao poeta do ‘pensar emocionado’

“À Sombra do Silêncio” – Elogio ao poeta do ‘pensar emocionado’

Que coisa é a poesia, o pensamento poético, senão o labor silencioso da captação da ausência, do invisível que está aí para que se veja, se apresente? Só um fino olhar, transfigurado e transfigurador, captará tal modo de ser presença. Este pensar sensível, que mantém a tensão entre o conceito e a intuição, a razão e a pulsão, mantem-nos despertos do longo sono do racionalismo estrito, de uma razão tecnológica glicémica, mas estreita e pesada, que nos adormece e embala, de teorema em teorema, não obstante a condição trágica em que os humanos vivem – a permanente e inacabada “noite do Getsémani”.

Alusões a um corpo ausente

Alusões a um corpo ausente

Cada pessoa que fizer uma evocação de José Augusto Mourão fá-lo-á de um modo diferente. O percurso biográfico de Mourão presta-se a essa pluralidade quase heterodoxa, diferente das narrativas oficiais com as quais se canoniza uma vida e uma determinada biografia da mesma.

Flannery O’Connor e “Um Diário de Preces”

Flannery O’Connor e “Um Diário de Preces”

Flannery O’Connor foi uma escritora norte-americana (1925-1964), falecida aos 31 anos de lúpus, doença degenerativa precocemente diagnosticada (aos 12 anos) e que, depois de lhe terem sido dados cinco anos de vida, Flannery conseguiu, com uma vontade indomável, prolongar por mais 10 anos. Católica convicta, viveu em Savannah, na Geórgia, no sul protestante e conservador. Escreveu sobretudo sobre a decadência do sul da América. Fez uma licenciatura em Inglês e Sociologia e uma pós-graduação através de um writer’s workshop (oficina de escrita) na Universidade de Iowa. Escreveu 32 contos e dois romances.

Verbalizar o desejo

Verbalizar o desejo

Em Rezar de Olhos Abertos, José Tolentino Mendonça assume a missão de guiar o crente e a comunidade (alguns textos surgem nesse contexto) na verbalização orante, inserindo-se assim numa tradição espiritual que conhece nos Salmos a sua expressão talvez mais plena e fecunda.

A Páscoa é sempre “pagã”

A Páscoa é sempre “pagã”

A Páscoa é sempre pagã / Porque nasce com a força da primavera / Entre as flores que nos cativam com promessas de frutos. / Porque cheira ao sol que brilha na chuva / E transforma a terra em páginas cultivadas / Donde nascem os grandes livros, os pensamentos / E as cidades que se firmam em pactos de paz.

Ler Saramago em conjunto num zoom de Lisboa a Roma

Ler Saramago em conjunto num zoom de Lisboa a Roma

O Ano da Morte de Ricardo Reis, de José Saramago, foi a obra escolhida para dar o mote ao encontro organizado por dois clubes de leitura, um de Roma, outro de Lisboa, que decorrerá via Zoom, dia 16 de abril, às 18h00. Uma segunda sessão, na qual participará Pilar del Rio, presidente da Fundação José Saramago, terá lugar a 25 de junho, também às 18h00. A inscrição é gratuita e está aberta a todos.

O Olival (um mistério de Paixão)

O Olival (um mistério de Paixão)

Em Sexta-Feira Santa do calendário cristão, o 7MARGENS faz a proposta de excertos de um Mistério (drama), de Michel Pochet, selecionados e lidos pelo ator Júlio Martin. Em cada uma das partes, apresenta-se uma obra de arte, o texto e a gravação do mesmo.

A Estátua da Liberdade, o rabino patriota e o príncipe mercador – Os judeus portugueses na América (pré-publicação 7M)

A Estátua da Liberdade, o rabino patriota e o príncipe mercador – Os judeus portugueses na América (pré-publicação 7M)

A Liberdade, que desde 1886 recebe de chama na mão quem se aproxima de Manhattan, guarda aos seus pés a memória de uma diáspora com origens no lado de cá do Atlântico. Emma Lazarus, a autora do poema gravado no pedestal da estátua, conseguia recuar a sua ancestralidade até um judeu de Lisboa que, em 1738, chegara àquela mesma cidade de Nova Iorque.

Os Dias da Semana – As pedras da poesia

Os Dias da Semana – As pedras da poesia

O Dia Mundial da Poesia celebrou-se domingo passado, dia 21. Em diversos lugares a efeméride foi, talvez, aproveitada para tirar da estante alguma antologia de poemas sobre o amor, os gatos, o mar ou a saudade. Sobre pedras, não há ainda qualquer colectânea.

Guerra Junqueiro: Peregrino em contínuo desenraizamento

Guerra Junqueiro: Peregrino em contínuo desenraizamento

Abílio Manuel Guerra Junqueiro nasceu em Freixo de Espada-à-Cinta (Bragança, Trás-os-Montes), de uma família abastada. Matriculou-se em Coimbra na Faculdade de Teologia; dois anos depois mudou para a Faculdade de Direito. Pertenceu à Geração de 70, denominação do grupo de intelectuais que, na década de 1870, quiseram renovar a cultura portuguesa, na fase decadente do Romantismo.

Os Dias da Semana – Um mau poema suja o mundo

Os Dias da Semana – Um mau poema suja o mundo

Bons espíritos sustentam que a poesia ocidental fala quase exclusivamente de amor e de morte. Não seria, também por isso, de estranhar o tema do poema inédito de Joan Margarit, que poderá ter sido escrito no período em que o autor teve de enfrentar o cancro que o vitimaria.

Encarnar a vida

Encarnar a vida

Avanço entre os clamores do desespero e da esperança/ Sem olhar para trás como a mulher de Ló/ Levo o passado nos pés e o futuro na voz/ Com eles vou desenhando à mão o caminho.

“Menina e Moça”, os judeus sefarditas e a emanação feminina de Deus

“Menina e Moça”, os judeus sefarditas e a emanação feminina de Deus

Gritos de espanto e assombro do poeta judeu português, Samuel Usque, face à perseguição e tragédia do seu povo. Dor que transcende o Universo. Atracou em Sepharad – nome judaico dado à Península Ibérica – nos séculos II ou III, numerosa comunidade judaica que aqui se estabeleceu: artesãos, cientistas, comerciantes, escritores, filósofos, juristas, médicos, frequentadores das cortes e conselheiros de reis.

Palavra e Palavras

Palavra e Palavras

Durante as semanas de Advento li o novo livro de Valter Hugo Mãe (VHM), Contra Mim. Trata-se de um livro que revela quem é Valter Hugo Mãe. A sua leitura literalmente me encantou e fez emergir múltiplas epifanias.  Um grande livro, um grande escritor. Uma prosa lindíssima e original. Uma profunda busca de Deus.

Uma peregrinação interior com “Triságia”

Uma peregrinação interior com “Triságia”

Ao percorrer as páginas do livro Triságia, fi-lo em diferentes modos, ritmos e olhares, numa cadência que passou pela curiosidade, atravessou a espessura do desconhecido e mergulhou na profundidade. Primeiro, o livro ficou à espera, à minha espera em cima da mesa, junto de outros livros não lidos. De vez em quando deitava de soslaio o olhar àquela capa manchada de tinta alilasada. O título Triságia empurrava-me para o dicionário, mas tinha preguiça de procurar. Aliás, quando falei do livro a uma amiga, a pergunta saltou: Que significa essa palavra?

Cardeal Tolentino: “Para quem não passou pela guerra, este talvez seja o momento de maior incerteza”

Cardeal Tolentino: “Para quem não passou pela guerra, este talvez seja o momento de maior incerteza”

“Há um sentimento de uma certa desesperança ou de cansaço” que se abate sobre todos, diz o cardeal Tolentino Mendonça, a propósito da pandemia e da forma como as pessoas estão a reagir. E acrescenta: “Talvez, para muitos adultos que não passaram por uma experiência de guerra, este seja o momento da sua história de maior incerteza e de maior pessimismo em relação ao futuro.”

Os filhos dos dias, de Eduardo Galeano

Os filhos dos dias, de Eduardo Galeano

Fazer corresponder a cada dia do ano uma breve história ocorrida nesse dia em tempos mais ou menos recentes ou mais ou menos remotos é o propósito de Eduardo Galeano em “Os filhos dos dias”. Protagonizadas por todo o tipo de gente, anónima ou famosa, desprezível ou admirável, de múltiplos cantos do planeta (incluindo Portugal), as histórias oferecem um testemunho quotidiano, que pode ser também um ensinamento ou uma interrogação.

Todos os Santos

Todos os Santos

Todos os Santos/ Mesmo aqueles que não conhecemos/ Que viveram no silêncio e anonimato/ Com pequenos gestos e palavras/ Mas que nos cuidam em cada dia…

Uma simples prece

Uma simples prece

Nem todos somos chamados a um grande destino/ Mas cada um de nós faz parte de um mistério maior/ Mesmo que a nossa existência pareça irrelevante/ Tu recolhes-te em cada gesto e interrogação

Um Poema sobre Deus

Um Poema sobre Deus

Nestes últimos dias, ao ler o livro de José Luís Peixoto, O Caminho Imperfeito – que descreve a sua experiência de viagens à Tailândia e a Las Vegas (Quetzal, 2017) –, emerge subitamente, saído do nada e sem quaisquer comentários do autor o poema muito belo que abaixo transcrevo, o único poema do livro (p. 106). 

Notre-Dame de Paris, de Victor Hugo: coração e renascimento

Notre-Dame de Paris, de Victor Hugo: coração e renascimento

Ramalho Ortigão e Eça de Queirós estiveram em Notre-Dame, em Paris, no dia 10 de Agosto de 1883. O escritor encontra-se já na Alemanha quando recorda aquela que considera ser “a catedral do romantismo”. Notre-Dame, afirma Ramalho Ortigão, é, para ele e para os que, como ele, são “artistas latinos, latinos pela raça, latinos pela religião, latinos pela família literária”, “a igreja paroquial, a igreja da grande freguesia do espírito a que pertencemos”.

Hoje nasceu-nos uma menina (poema)

Hoje nasceu-nos uma menina (poema)

Já não esperávamos filhos, nem futuro/ mas entre nós o puro amor ainda ardia/ e assim nasceu a fonte eterna, de um deserto de um sonho e de um beijo na porta áurea.

O menino que não via o sol, mas que o tinha dentro de si

O menino que não via o sol, mas que o tinha dentro de si

Mussa era o menino cego que não via o sol. Mas via o que não viam nenhum dos outros meninos e meninas da aldeia, nenhuma das mulheres grandes ou dos homens crescidos. O modo de Mussa ver era sentir. E foi a sentir, com uma luz que vinha do coração, que, um dia, Mussa salvou os outros meninos e meninas seus amigos. Mussa não via o sol, porque tinha o calor dentro dele.

Do prazer da leitura como exercício espiritual – as comunidades de leitores como um outro modo de ser crente? (ensaio)

Do prazer da leitura como exercício espiritual – as comunidades de leitores como um outro modo de ser crente? (ensaio)

Por todo o lado se constituem comunidades de leitores de literatura universal, de pessoas que encontram nos livros o motivo para a hospitalidade da alteridade. Como é sabido, a prática da leitura comunitária e pública da Torah era fundamental para o judaísmo rabínico em torno do Talmude. A chamada lectio divina (meditação orante da Palavra), praticada primordialmente nos mosteiros, assume essa linha da tradição hebraica e amplia-a como modo de ser fundamental da experiência cristã do evento originário crístico.

Aquilino e Bartolomeu dos Mártires: o “pai dos pobres e mártir sem desejos”

Aquilino e Bartolomeu dos Mártires: o “pai dos pobres e mártir sem desejos”

Aquilino Ribeiro, escritor de prosa escorreita, pujante, honrou a dignidade da língua portuguesa à altura de outros antigos prosadores de grande qualidade. Irmanado com a Natureza beirã: aves, árvores, animais e homens. Espirituoso e de fina ironia, é bem o Mestre da nossa Língua. Em “Dom Frei Bertolameu” faz uma espécie de hagiografia do arcebispo de Braga, D. Frei Bartolomeu dos Mártires (1514-1590), canonizado pelo Papa Francisco a 6 de Julho de 2019.

Sedutora viagem no espaço e no tempo

Sedutora viagem no espaço e no tempo

O autor, arquitecto de formação universitária inicial – algo de relevante para entendermos esta obra fascinante – é sacerdote jesuíta, aspecto que, de imediato, identifica uma singularidade do olhar marcada pelos exercícios espirituais inacianos. Que lugar desempenhará, então, esse fragmento que interrompe o título – [Gráfico], onde uma outra convocação estética, de coabitação do textual e do visual se indicia?

Tolentino Mendonça vence Prémio Europeu Helena Vaz da Silva 2020

Tolentino Mendonça vence Prémio Europeu Helena Vaz da Silva 2020

O cardeal José Tolentino Mendonça venceu a edição deste ano do Prémio Europeu Helena Vaz da Silva para a Divulgação do Património Cultural, por aquilo que o júri considerou o seu contributo excepcional na “divulgação da cultura e dos valores europeus”, anunciou no sábado, 13 de Junho, o Centro Nacional de Cultura (CNC), uma das entidades promotoras do galardão.

Eugénio de Andrade: a mística do corpo

Eugénio de Andrade: a mística do corpo

Eugénio de Andrade, pseudónimo de José Fontinhas (Póvoa de Atalaia, Fundão, 19 de Janeiro de 1923 – Porto, 13 de Junho de 2005), um dos mais prestigiados e traduzidos poetas portugueses; nasceu numa família de camponeses, prosseguiu os seus estudos em Castelo Branco, Lisboa e Coimbra. Integrado na Inspecção de Serviços Médico-Sociais, viveu os últimos 50 anos da sua vida no Porto. Morreu faz agora 15 anos.

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