
Fulgence Muteba, bispo de Lubumbashi, cumprimenta o Papa Francisco no Vaticano. Foto © Vatican Media
Cerca de uma dezena de pessoas armadas alegadamente pertencentes à Guarda Nacional, irromperam na última sexta-feira, 24, no edifício da arquidiocese de Lubumbashi, a maior cidade e capital da província do Alto Catanga, na República Democrática do Congo, por motivos que não estão ainda esclarecidos.
A entrada naquele espaço, feita de surpresa e sem ter sido invocado motivo, constou de uma inspeção à catedral de S. Pedro e S. Paulo, situada no mesmo complexo e ao lado da residência arquiepiscopal de Fulgence Muteba.
O ministro do Interior daquela província assegurou que não se tratou de qualquer rapto, mas de “um exercício de simulação no âmbito da formação de soldados da Guarda Republicana, formados por instrutores israelitas”, e adiantou que exercícios idênticos se repetirão noutros locais da cidade.
Já a Igreja Católica e a sociedade civil locais local manifestam preocupação, segundo relata uma jornalista que é correspondente da Radio France Internationale na região.
O vigário-geral encarregado das obras sociais comentou o sucedido nestes termos: “Não sabemos como designar, mas as suspeitas levam-nos a imaginar algum sequestro que não correu bem ou alguma outra ideia que essas pessoas teriam. Até porque na arquidiocese não surpreendemos, fazemo-nos anunciar”.
Perante a alusão a uma possível operação de segurança, tendo em vista uma próxima visita do Presidente do país, o responsável da Igreja disse não haver informação de tal acontecimento, e que, em situações idênticas, nunca algo de parecido se verificou. “Não os acusamos, mas tudo indica que a sua missão não era nada clara. Não vieram beijar o anel do bispo; não se vai beijar o anel de um bispo com uma arma (na mão]”, acrescentou.
O arcebispo Fulgence Muteba serviu de facilitador na reconciliação entre Joseph Kabila e Moïse Katumbi, dois ex-inimigos, em maio de 2022.