Luiz Cunha e Diogo Pimentel: dois arquitectos da renovação religiosa
Nomes fundamentais da renovação da arquitectura religiosa da segunda metade do século XX (e ainda início do século XXI), os arquitectos Diogo Lino Pimentel (1934-2019) e Luiz Cunha (1933-2019) morreram, respectivamente domingo e segunda-feira, em Lisboa.
A missa de corpo presente de Luiz Cunha, que morreu na segunda-feira, será celebrada esta quarta-feira, dia 30 de Janeiro, às 14h00, na Igreja de Nossa Senhora de Fátima, em Lisboa. O enterro segue depois para o cemitério de Carnide.
O funeral de Lino Pimentel, que morreu domingo, realizou-se esta terça, 29. O corpo do antigo director do Departamento das Novas Igrejas do patriarcado de Lisboa foi sepultado no cemitério de São Pedro, em Sintra.
Ambos foram nomes destacados do Movimento de Renovação da Arte Religiosa (MRAR), muito activo nas décadas de 1950-60. O MRAR e os anos de ouro da arquitetura religiosa em Portugal no século XX, de João Alves da Cunha (2014), retrata precisamente a importância desse movimento nas profundas alterações da arte religiosa em Portugal, contemporânea da renovação desejada pelo Concílio Vaticano II (1962-65).
Lino Pimentel foi o autor de várias obras importantes como as igrejas do seminário dominicano do Olival (Aldeia Nova, Ourém, 1965), Santo António dos Cavaleiros (Loures, 1979), Nossa Senhora do Desterro (Angra do Heroísmo, Açores, 1985), Santa Joana Princesa (Lisboa) ou Sagrada Família (Évora, 1993).
Luiz Cunha, além de professor e autor de vários livros sobre arquitetura sacra e artes plásticas, desenhou, entre outras, as igrejas de São Mamede (Negrelos, Santo Tirso, 1965), Sagrado Coração de Jesus (Porto (1972), Santa Joana (Aveiro, 1976) e de Cristo-Rei da Portela (Loures, 1992).
(Na foto da página de abertura: Diogo Lino Pimentel, à esquerda, com Flores Ribeiro; foto do arquivo do Secretariado das Novas Igrejas do patriarcado de Lisboa)
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