
Luiza Sarsfield Cabral, fotos do ficheiro da PIDE.
A 26 de Novembro de 1973, Luiza Sarsfield Cabral estava a preparar uma aula quando bateram à porta. Eram agentes da PIDE, polícia política do Estado Novo, que tinham suspeitado de actividades clandestinas, num tempo em que era proibido ter uma opinião diferente da do regime.
Num anexo de sua casa, estava escondida literatura clandestina de vários grupos católicos, incluindo o Boletim Anti-Colonial.
Luiza foi detida e sujeita a tortura do sono durante quatro dias e quatro noites, com interrogatórios violentos, como a própria contava num depoimento a propósito dos 40 anos do 25 de Abril de 1974 e que pode ser lido na íntegra no texto publicado no Religionline.
Essa pode ser, agora, uma das histórias a ouvir pelo testemunho da própria, na terceira das “conversas entre sócios”, do Centro de Reflexão Cristã (CRC), de Lisboa. Iniciativa aberta aos eventuais interessados, os encontros pretendem ser uma acção concreta de pró-memória.
Este conjunto de sessões contou já com a participação de Fernando Gomes da Silva e frei Bento Domingues. O encontro com Luiza Sarsfield Cabral decorre na próxima sexta-feira, a partir das 15h. “Um exemplo vital dos objetivos que presidiram à fundação do CRC: a luta por uma evangelização libertadora, mas também a libertação do povo português” é o modo como o Centro apresenta a convidada.
O acesso à sessão está disponível aqui.