
O estudo, que analisou 1.200 respostas enviadas a 5.000 sacerdotes escolhidos aleatoriamente, revela também que três quartos consideram que a Grâ-Bretanha já não pode ser descrita como um país cristão. Foto © Church of England.
A maioria dos padres da Igreja de Inglaterra considera que a instituição deveria permitir os casamentos entre pessoas do mesmo sexo e abandonar a sua oposição ao sexo pré-marital, revela um estudo realizado pelo jornal britânico The Times [artigo exclusivo a assinantes].
Aquela que é a primeira sondagem realizada entre o clero anglicano em quase uma década e “a mais abrangente” de sempre mostra que mais de metade apoia uma mudança na lei para permitir que os padres possam conduzir o casamento de casais homossexuais, com 53,4% a favor, em comparação com 36,5% contra.
Na última vez que os padres anglicanos em Inglaterra haviam sido questionados, em 2014, pouco depois da legalização do casamento civil entre pessoas do mesmo sexo no país, 51% tinham respondido que o casamento entre pessoas do mesmo sexo era “errado”, em comparação com 39% que o aprovavam, refere a edição desta quarta-feira, 30, do jornal The Guardian.
A nova sondagem revela agora que 64,5% dos padres em Inglaterra apoiam o fim do ensino de que “a prática homossexual é incompatível com as Escrituras”, e conclui que 27,3% apoiam o fim de qualquer exigência de celibato para gays, enquanto 37,2% disseram estar dispostos a aceitar o sexo entre gays em relacionamentos “de compromisso”, como parcerias civis ou casamentos.
O estudo, que analisou 1.200 respostas enviadas a 5.000 sacerdotes escolhidos aleatoriamente, revela também que a esmagadora maioria dos padres (80%) apoiaria a nomeação de uma mulher para o cargo de arcebispo de Cantuária, e três quartos consideram que a Grâ-Bretanha já não pode ser descrita como um país cristão.
De acordo com a sondagem do Times, dois terços dos padres em Inglaterra pensam que as tentativas de travar a queda na frequência à igreja irá falhar, com apenas 10,1% a acreditar que será interrompida, e 10,5% a prever que as congregações voltarão a crescer.