
Cabo Delgado é uma zona de insegurança alimentar aguda e a maioria das famílias muito pobres esgotou as suas reservas de alimentos. Foto © Oikos.
Um mês depois de terem lançado nas redes sociais o apelo “Cabo Delgado não pode esperar”, 36 organizações da sociedade civil insistem no envio de ajuda humanitária para Cabo Delgado. Desde há um mês, estas organizações – de defesa dos direitos humanos, religiosas, de ajuda humanitária, de cooperação e desenvolvimento – começaram a publicar apelos diretos, nas redes sociais, para que a população de Cabo Delgado tenha o apoio de que necessita.
Num comunicado tornado público e enviado ao 7MARGENS, as organizações apelam “ao Governo português, à União Europeia e às Nações Unidas que mobilizem todos os esforços para enviar com urgência ajuda humanitária para a região de Cabo Delgado”.
O balanço das iniciativas realizadas até agora é positivo, dizem as organizações. No sentido de manter o tema “presente na agenda dos decisores políticos e na consciência da sociedade civil”, houve já encontros com a deputada não inscrita Joacine Katar Moreira, os grupos parlamentares do Bloco de Esquerda e Os Verdes, aguardando-se ainda a marcação de uma reunião com o grupo parlamentar do PSD . “Dos encontros já realizados destaca-se a disponibilidade para ouvir falar sobre este tema e a garantia de que não o querem esquecido junto do Governo português”, resume o comunicado.
As mais de 30 organizações, que se juntam nesta ação por Cabo Delgado, têm em comum o trabalho em defesa da paz e dos direitos humanos através da ajuda humanitária e de emergência e da educação e cooperação para o desenvolvimento.
Esta rede surgiu na sequência do manifesto público “Cabo Delgado: não nos conformamos com a violência” e de uma carta enviada ao Ministro dos Negócios Estrangeiros, e pretende atenuar os problemas causados pelos quase quatro anos de ataques violentos na província de Cabo Delgado.
Desde há quatro anos que a população de Cabo Delgado é vítima de violentos ataques, que causaram mais de 2500 mortos e 700 mil deslocados internos, numa catástrofe humanitária sem precedentes na região.