Estados Unidos

Mais de 600 vítimas de abusos na diocese do vice-presidente do episcopado

| 18 Nov 2022

William E. Lori, arcebispo Baltimore, EUA, clero, abusos

William E. Lori, arcebispo de Baltimore, em Fevereiro, num encontro com o governador do estado do Maryland. Foto © Maryland GovPics/ Wikimedia Commons

 

O procurador-geral de Maryland, na costa leste dos Estados Unidos da América, revelou esta quinta-feira, 17, um relatório sobre abusos na arquidiocese de Baltimore, que apontam para a existência de 158 abusadores e mais de 600 vítimas desde 1940 até à atualidade.

O caso assume um significado acrescido pelo facto de este quadro chocante ter vindo a público na semana em que decorria a assembleia de inverno da Conferência dos Bispos Católicos dos EUA (USCCB, na sigla em inglês), na qual o arcebispo de Baltimore foi eleito vice-presidente daquele órgão.

Segundo um relatório apresentado pelo procurador num tribunal de Maryland, da mais de centena e meia de abusadores, 115 chegaram à justiça, mas 43 foram encobertos pela diocese.

A investigação teve início em 2019, tendo a arquidiocese de Baltimore sido intimada a entregar cópia de todos os processos constantes dos seus arquivos. Além disso, foram ouvidos e registados depoimentos de membros do clero, leigos, vítimas e testemunhas.

No requerimento para apresentação formal do inquérito de mais de 400 páginas, o procurador Frosh referiu que, “durante décadas, as vítimas de padres católicos denunciaram os abusos sofridos, e durante décadas a Igreja encobriu esses abusos”.

O arcebispo William E. Lori reagiu à divulgação destes dados, observando em comunicado que a informação apresentada “será, sem dúvida, uma fonte de novo sofrimento para muitos, especialmente para os molestados por representantes da Igreja, para os leigos da Arquidiocese, assim como para muitos bons padres, diáconos e religiosos”.

Lori disse-se “ciente da dor sofrida pelos sobreviventes de abuso sexual infantil”, pediu desculpas às vítimas-sobreviventes que foram violentadas por um ministro da Igreja”, “por aqueles que falharam em protegê-las, (…) em responder com cuidado e compaixão e em responsabilizar os agressores pelo seu comportamento pecaminoso e criminoso”.

“Continuarei a pedir desculpa enquanto houver pessoas a sofrer e comprometo-me a continuar a fazer todo o possível para garantir que ninguém sob os cuidados da Igreja seja novamente prejudicado por um representante dela”, acrescentou o arcebispo.

 

Apoie o 7MARGENS e desconte o seu donativo no IRS ou no IRC

Breves

 

Terça, 30, às 18h

Legado de Alfredo Bruto da Costa debatido na Feira do Livro

O livro O Que Fizeste do Teu Irmão? – Um Olhar de Fé sobre a Pobreza no Mundo, de Alfredo Bruto da Costa, é o ponto de partida para o debate que, nesta terça-feira, reúne Nuno Alves, economista do Banco de Portugal e membro da direcção da Cáritas Portuguesa, com Margarida Bruto da Costa, filha do autor.

JMJ realizou em 2022 metade das receitas que tinha orçamentado

A Fundação Jornada Mundial da Juventude (JMJ) Lisboa 2023 obteve no ano passado rendimentos de 4,798 milhões de euros (menos de metade do previsto no seu orçamento) e gastos de 1,083 milhões, do que resultaram 3,714 milhões (que comparam com os 7,758 milhões de resultados orçamentados). A Fundação dispunha, assim, a 31 de dezembro de 2022, de 4,391 milhões de euros de resultados acumulados em três anos de existência.

Agenda

Fale connosco

Autores

 

Pin It on Pinterest

Share This