Estudo da CLAR

Mais de metade das religiosas na América Latina e Caraíbas sofreram abusos de poder

| 19 Out 2022

irma liliana franco apresentacao de estudo realizado pela CLAR foto CLAR

Durante a apresentação do estudo, a irmã Liliana Franco, Presidente da CLAR (ao centro), afirmou que “esta é uma situação dolorosa, uma situação que comove profundamente”. Foto © CLAR.

 

Uma sondagem efetuada pela Confederação Latinoamericana de Religiosas e Religiosos (CLAR) concluiu que 55,2% das religiosas da América Latina e Caraíbas já experimentaram abusos de poder no âmbito da vida religiosa, exercidos na maioria dos casos pelas superioras das congregações às quais pertencem, noticiou esta terça-feira o Vatican News.

Os resultados do estudo, publicados no livro “Vulnerabilidade, abusos e cuidado na vida religiosa feminina“, revelam que os abusos de poder foram exercidos, em 51,9% dos casos, pelas superioras das congregações, seguindo-se os padres com 34,2% e as formadoras com 23,1%. Os bispos foram referidos por 10% das respostas.

Responderam ao inquérito, de forma anónima, 1.417 religiosas de 23 países, sendo que quase metade destas (48,6%) tem idades compreendidas entre os 45 e 65 anos.

Questionadas sobre o abuso sexual, 19,8% das freiras afirmaram ter sido vítimas desse comportamento. Destas, 112 afirmaram que isso afetou sua vida religiosa, 105 consideram que não, e apenas 9 delas receberam apoio terapêutico dentro da sua comunidade depois do sucedido. Este tipo de abuso foi perpetrado, em 14,3% dos casos, por um padre, seguindo-se os leigos com 9,7% e outras freiras em 8% das situações.

Perto de um terço (30%) das religiosas revelou ainda ter sido vítima de abuso espiritual, aparecendo aqui novamente as superioras como as que mais exercem este tipo de comportamento (em 25,5% dos casos). Uma percentagem superior de religiosas (39,4%) disse ter presenciado situações de abuso espiritual contra outra pessoa.

Durante a apresentação do livro, a irmã Liliana Franco, Presidente da CLAR, afirmou que “esta é uma situação dolorosa, uma situação que comove profundamente e que tem de nos levar a fazer uma opção que queremos tomar na CLAR, a de ser mão estendida, ser presença que acompanha e ajuda nestes casos de reconstrução, de reparação, de justiça no meio desta situação tão complexa a que estamos a assistir”.

 

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