
O cardeal Konrad Krajeski junto ao camião que seguiu Zaporhizhzhya. Ao fundo, a paróquia de Santa Sofia, em Roma, onde têm sido armazenados os bens solidários. Foto: Direitos reservados.
Partiu no sábado de Roma e chegou a Zaporizhzhya esta segunda-feira, 16 de janeiro: mais um camião cheio de camisolas térmicas e geradores foi enviado pelo cardeal esmoleiro do Papa, Konrad Krajewski, depois de uma nova onda de solidariedade em resposta à campanha iniciada pelo Vaticano em dezembro ter permitido arrecadar 300 mil euros. Enquanto isso, o chefe de gabinete do Presidente ucraniano, Andriy Yermak, afirmou que está na hora de o Papa visitar a Ucrânia.
“Penso que chegou o momento em que será muito importante para o Papa visitar a Ucrânia e dar assim um sinal muito claro de que é a Rússia que deve acabar aquilo que começou e é a Rússia que deve retirar as suas tropas da Ucrânia e parar a destruição das nossas casas, a destruição das nossas infraestruturas críticas”, disse Yermak em entrevista à cadeia de televisão italiana Sky Tg24. Esse “será seguramente um contributo muito importante para o fim da guerra”, assegurou.
Revelando que tem mantido contactos com o secretário de Estado do Vaticano, o cardeal italiano Pietro Parolin, Andriy Yermak disse apreciar “todas as iniciativas de paz” e agradeceu especificamente as de Francisco, mas insistiu que “a Rússia deve parar a ofensiva”.
Ucraina, Yermak a Sky TG24: “Il Papa venga in visita. Aspettiamo Meloni a Kiev" https://t.co/GTfbLsnzas
— Sky tg24 (@SkyTG24) January 14, 2023
Ao mesmo tempo que era transmitida a entrevista, no final do dia de sábado, seguia para Zaporhizhzhya, um dos epicentros da guerra na Ucrânia, o camião que havia sido carregado horas antes por cerca de vinte seminaristas e voluntários, na paróquia de Santa Sofia, a igreja greco-católica ucraniana em Roma.
A notícia foi dada pelo cardeal Konrad Krajewski, que nos dias que antecederam o Natal conduziu, ele próprio, uma carrinha que levou até à Ucrânia quarenta geradores elétricos e uma grande quantidade de camisolas térmicas arrecadadas pelo Dicastério para a Caridade através de uma campanha solidária. O esmoleiro do Papa regressou, mas o fluxo de donativos não parou, com mais de trezentos mil euros angariados que permitiram adquirir novos geradores e roupas térmicas a serem enviados para o Leste Europeu.
Já no domingo, 15 de janeiro, após a recitação da oração do Angelus, o Papa Francisco voltou a recordar as vítimas da guerra na Ucrânia. “Irmãos e irmãs, não esqueçamos o martirizado povo ucraniano, que sofre tanto. Permaneçamos próximos deles com os nossos sentimentos, a nossa ajuda, a nossa oração”, disse aos fiéis presentes na Praça de São Pedro.