Na Fundação Calouste Gulbenkian

Manuel Braga da Cruz recebeu o Prémio Árvore da Vida

| 10 Mar 2023

manuel braga da cruz recebe premio arvore da vida, marco 2023_b, foto DR via SNPC

Manuel Braga da Cruz (segundo a contar da esquerda), durante a cerimónia de entrega do Prémio Árvore da Vida, que decorreu na Fundação Calouste Gulbenkian, esta quarta-feira. Foto: Direitos reservados / SNPC.

 

O professor, investigador e ex-reitor da Universidade Católica Portuguesa Manuel Braga da Cruz recebeu esta quarta-feira, 8 de março, o Prémio Árvore da Vida – Padre Manuel Antunes 2022. Perante a centena e meia de pessoas que encheram a sala da Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa, onde decorreu a cerimónia, Braga da Cruz destacou a importância da Fé na descoberta da verdade.

No seu discurso de agradecimento pela atribuição do galardão, Braga da Cruz manifestou que “a decisão de atribuir este prémio a um cientista social vem sublinhar a importância da cultura nas ciências sociais, na vida das sociedades e na análise social”, destacando depois que “a preocupação maior do cientista social é a descoberta da verdade na realidade social e nas suas interpretações, contra o empirismo facial, contra o relativismo subjetivista, contra as leituras ideológicas deturpadoras”.

E é nessa busca da verdade “que ganha importância a fé”, explicou o sociólogo. “A fé constitui uma iluminação prioritária para o cientista social, que inunda com claridade a obscuridade do real obnubilado”. E continuou: “A fé é como o sol que levanta a neblina, uma espécie de ‘luz de nevoeiro’ que permite penetrar no invisível, tornando perceptível o encoberto. A fé é, por isso, um suplemento da razão”.

Citando o Papa Bento XVI, no seu discurso na Universidade de Ratisbona, Manuel Braga da Cruz acrescentou que “a cientificidade da razão fundada apenas na experiência e na verificação empírica, reduz a amplitude do conhecimento” e “o porquê da existência dos factos empíricos ultrapassa a simples razão científica”.

manuel braga da cruz recebe premio arvore da vida, marco 2023_b, foto DR via SNPC

“A fé constitui uma iluminação prioritária para o cientista social, que inunda com claridade a obscuridade do real obnubilado”, afirmou Manuel Braga da Cruz no seu discurso. Foto: Direitos reservados / SNPC.

 

Escolhido pelos jurados do Prémio devido às “altas qualidades” do seu “marcante trajeto intelectual” e do “testemunho convicto de humanismo cristão”, o antigo reitor da Universidade Católica Portuguesa fez questão de recordar a personalidade que dá nome ao galardão, o padre Manuel Antunes. “Foi dele que recebi o primeiro convite para publicar na Brotéria, convite que me seria redobrado, anos depois, pelos seus sucessores”, recordou. “Sem o saber, o padre Manuel Antunes influenciou a minha vida intelectual e a minha vida académica, o meu percurso de sociólogo. Não fui seu aluno, mas ele foi seguramente meu Mestre. Tornámo-nos amigos, mais tarde”, contou ainda.

Manuel Braga da Cruz concluiu o discurso, partilhando o prémio com a sua mulher, que “foi sempre a primeira leitora” dos seus textos, e deixando-o aos filhos e netos, “para que o guardem e se lembrem que a vida é, de facto, como uma árvore, com raízes que sustêm o tronco, raízes que precisam de se reavivar como fundamento e memória, e com ramos que crescem para além do tronco, que precisam de ser podados, para darem flor e fruto”.

Instituído em 2005, o Prémio Árvore da Vida – Padre Manuel Antunes (constituído pela escultura “Árvore da Vida”, de Alberto Carneiro, e 2 500 euros) destaca a excelência de personalidades, percursos e obras que refletem o humanismo e a experiência cristã no mundo contemporâneo, tendo já galardoado o teólogo João Manuel Duque, o poeta Fernando Echevarría, o cientista Luís Archer, o cineasta Manoel de Oliveira, entre outros.

 

Andrea Riccardi: “O que mais me abalou foi o silêncio de Pio XII depois da Guerra”

Entrevista "A Lista do Padre Carreira"

Andrea Riccardi: “O que mais me abalou foi o silêncio de Pio XII depois da Guerra” novidade

O atraso na abertura dos arquivos do Vaticano relativos ao pontificado do Papa Pio XII e da Segunda Guerra Mundial “prejudicou o conhecimento da realidade”, diz o historiador Andrea Riccardi. Os silêncios de Pacelli foram uma escolha para evitar males maiores, diz, mas o que não compreende é o silêncio de Pio XII depois da Guerra, sobre o antissemitismo.

Crimes sexuais: indemnizações levam quatro dioceses à falência

Califórnia

Crimes sexuais: indemnizações levam quatro dioceses à falência novidade

Quatro das 12 dioceses católicas da Califórnia pediram falência, ou estão a considerar fazê-lo, por causa de mais de 3.000 pedidos de indemnização entregues nos tribunais do Estado por vítimas de abusos sexuais de menores que aproveitaram o facto da lei ter prolongado até dezembro do ano passado a admissibilidade de processos envolvendo pessoas tendo atualmente até 40 anos.

Apoie o 7MARGENS e desconte o seu donativo no IRS ou no IRC

Breves

 

Terça, 30, às 18h

Legado de Alfredo Bruto da Costa debatido na Feira do Livro

O livro O Que Fizeste do Teu Irmão? – Um Olhar de Fé sobre a Pobreza no Mundo, de Alfredo Bruto da Costa, é o ponto de partida para o debate que, nesta terça-feira, reúne Nuno Alves, economista do Banco de Portugal e membro da direcção da Cáritas Portuguesa, com Margarida Bruto da Costa, filha do autor.

JMJ realizou em 2022 metade das receitas que tinha orçamentado

A Fundação Jornada Mundial da Juventude (JMJ) Lisboa 2023 obteve no ano passado rendimentos de 4,798 milhões de euros (menos de metade do previsto no seu orçamento) e gastos de 1,083 milhões, do que resultaram 3,714 milhões (que comparam com os 7,758 milhões de resultados orçamentados). A Fundação dispunha, assim, a 31 de dezembro de 2022, de 4,391 milhões de euros de resultados acumulados em três anos de existência.

Debate em Lisboa

Uma conversa JMJ “conectada à vida”

Com o objectivo de “incentivar a reflexão da juventude” sobre “várias problemáticas da actualidade, o Luiza Andaluz Centro de Conhecimento (LA-CC), de Lisboa, promove a terceira sessão das Conversas JMJ, intitulada “Apressadamente conectadas à vida”.

Milhares a dançar na procissão

Luxemburgo

Milhares a dançar na procissão novidade

Uma procissão dançante que dura cerca de três horas, em honra de São Willibrord, um santo dos séculos VII-VIII decorreu como é tradição desde há perto de mil anos, na última terça-feira, 30 de maio, na cidade luxemburguesa de Echternach.

Em seis anos Irlanda perde um em cada dez católicos

Censo 2022

Em seis anos Irlanda perde um em cada dez católicos novidade

Em apenas seis anos, a Irlanda, um dos países “mais católicos” da Europa, viu a taxa dos que se reconhecem como tal reduzir-se em 10 pontos percentuais entre 2016 (79%) e 2022 (96%). Os números são avançados pelo jornal The Irish Times de dia 30 de maio com base no censo de 2022, cujos resultados foram agora conhecidos.

Agenda

There are no upcoming events.

Fale connosco

Autores

 

Pin It on Pinterest

Share This