
Imagem de arquivo de voluntários a ajudarem refugiados que atingiram a ilha de Lesbos, na região do Egeu do Norte, na Grécia. Foto © UNICEF/Ashley Gilbertson.
Dezenas de pessoas estão desaparecidas depois de um barco ter naufragado no mar Egeu, na quarta-feira, ao largo da ilha grega de Cárpatos, divulgou a agência de refugiados da ONU (ACNUR).
“Notícias muito tristes do mar Egeu: dezenas de pessoas estão desaparecidas depois de um barco ter afundado na ilha de Rodes nesta manhã (quarta-feira)”, divulgou o gabinete da ACNUR na Grécia num tweet, citado pelos serviços noticiosos das Nações Unidas.
A embarcação afundou-se ao amanhecer, depois de zarpar de Antália, localizada na costa sul da vizinha Turquia, em direção a Itália. “Uma grande operação de busca e resgate está em curso”, disse a ACNUR.
Segundo as primeiras notícias, a Guarda Costeira grega disse que, numa operação aérea e marítima, foram resgatadas 29 pessoas com vida, todos homens, das águas entre Rodes e Creta — Cárpatos situa-se entre estas duas ilhas.
De acordo com as autoridades gregas, os resgatados são originários do Afeganistão, Iraque e Irão.
Um assessor de imprensa da Guarda Costeira grega explicou que, segundo os resgatados, a bordo estariam cerca de 80 pessoas — o que aponta para 50 indivíduos que ainda estão desaparecidos. A agência das Nações Unidas confirmou este número de desaparecidos.
Uma rota mortal num mar mortífero
Desde o início do ano, a ACNUR disse que já morreram no mar Mediterrâneo oriental mais de 60 pessoas. As travessias do mar Egeu entre as ilhas gregas e as costas turcas são muitas vezes perigosas — tirando a vida de muitos migrantes e refugiados que viajam em barcos improvisados com a esperança de atingir a Europa.
Desde janeiro, 64 pessoas morreram no Mediterrâneo oriental. Em 2021, foram 111, segundo dados da Organização Internacional para as Migrações (OIM). O último naufrágio no mar Egeu, ocorrido em 19 de junho, tirou a vida de oito pessoas, junto à costa da ilha de Mykonos, segundo a OIM.
Embora o número de refugiados e migrantes que cruzam o Mediterrâneo para chegar à Europa seja cada vez menor, em relação a 2015, a sua travessia tem-se revelado cada vez mais mortífera. Ao longo do ano passado, a ONU contou 3 231 migrantes e refugiados mortos ou desaparecidos em toda a extensão do mar Mediterrâneo, número que este ano já se situa em 945 pessoas.