
Portugueses não devem passar “cheque em branco” aos partidos sem conhecer a sua posição sobre a eutanásia, defende a AMCP.
A Associação de Médicos Católicos Portugueses (AMCP) enviou hoje, segunda-feira, um comunicado às redações no qual exorta os partidos políticos a clarificarem as suas posições sobre a eutanásia antes das eleições. “Nas duas anteriores legislaturas, muito para além do que estava explicitado nos programas eleitorais, os deputados discutiram assuntos para os quais não tinham sido mandatados pelos Portugueses, nomeadamente a eutanásia, a ideologia de género ou a inseminação pós-mortem”, refere o comunicado.
Criticando o facto de a Assembleia da República não ter permitido “que se desse seguimento a uma das maiores petições populares aí submetidas, que solicitava a realização de um referendo popular para esta questão de consciência”, tendo legislado “sobre assuntos para os quais não tinha legitimidade moral”, a AMCP considera que os partidos políticos devem divulgar a “posição do partido sobre a eutanásia”, e ainda publicar o sentido de voto dos seus candidatos, permitir a realização de um referendo e clarificar a sua posição sobre a objeção de consciência.
A AMCP defende que “a eutanásia é um assunto demasiado grave para que os partidos políticos não tenham uma posição definida”, e por isso acrescenta que “diminuir a abstenção também passa por explicar aos portugueses que o seu voto poderá apoiar a vida, ou legitimar a morte induzida. Os portugueses não quererão passar um cheque em branco aos deputados, sem saber a sua opinião sobre assuntos de vida e de morte”, conclui o comunicado.