
“Como a chama de uma vela ou de uma lamparina se eleva no ar, desprendendo-se do seu pavio, também a nossa alma, que carrega uma chama divina, anseia para se fundir na sua fonte.” Ilustração © Alberto Teixeira
Meditar a descida do Espírito Santo sobre os seguidores de Jesus. No Livro dos Provérbios (20:27), o rei Salomão diz que “O espírito do homem é a lâmpada do Senhor (eterna), a qual esquadrinha todo o mais íntimo do coração.”
Como a chama de uma vela ou de uma lamparina se eleva no ar, desprendendo-se do seu pavio, também a nossa alma, que carrega uma chama divina, anseia para se fundir na sua fonte.
A chama aponta permanentemente para o alto, alimentada pelo pavio, que é a vontade da nossa alma iluminada e alimentada pelo mais íntimo de nós, onde o Espírito de Deus é quem melhor o conhece.
A luz que se desprende da chama, é tanto mais brilhante quanto maior for a escuridão que a envolve e quando a alimentamos com o melhor de nós.
Se nos encontrarmos nas trevas espirituais é altura de acendermos essa chama, para que a alma não se sinta perdida, num desejo natural de ressuscitar.
Também temos a obrigação e alegria de ajudar a acender essa chama nos outros, acendendo as nossas lamparinas internas, para que a sua luz irradie.
É uma imagem simples, que pode ser objecto de meditação individual, ou em grupo, a partir das Sagradas Escrituras.
No passado dia 4 de Junho os ortodoxos celebraram o Pentecostes, que é originariamente uma festa que celebra a entrega das Tábuas da Lei por Deus a Moisés; entre os cristãos celebra-se a descida do Espírito Santo sobre os apóstolos e todos os 120 seguidores de Jesus reunidos para aquela festa judaica em Jerusalém.
No calendário juliano, para além da festa do Pentecostes, celebra-se na mesma data a festa da Santíssima Trindade, coincidindo esta última no calendário gregoriano e litúrgico em uso pelos católicos.
A manifestação das “línguas de fogo” é, na doutrina comum, a descida da Luz Divina do Espírito Santo, santificando os que são santificados.
Num olhar simples, esta manifestação do Pai, através do Espírito Santo, na Fé no Filho Jesus, consagra a unicidade das três pessoas em Deus, na diversidade dos que se encontravam presentes.
Desde os primeiros tempos do cristianismo que se tem escrito sobre o assunto, nomeadamente sobre aquelas “línguas de fogo” como é relatado em Atos 2:3.
A complexidade dos numerosos textos ajuda-nos a compreender e interpretar as sagradas escrituras, retendo cada pessoa uma imagem pessoal sobre o acontecimento.
Leituras de apoio: Números 8:2, Provérbios 20:27, Job 32:8, Mateus 5:14-15, João 8:12;12:36; Romanos 2:15, 1Coríntio 2:11, Hebreus 4:12-13.
Alberto Teixeira é cristão ortodoxo