A chanceler alemã Angela Merkel confessou a sua tristeza perante o crescimento do racismo e antissemitismo na Alemanha. Durante a cerimónia que assinalou o 70º aniversário do Conselho Central de Judeus no país, realizada terça-feira, 15 de setembro, em Berlim, Merkel assumiu que, “apesar do florescimento do povo judeu” na Alemanha, os judeus nunca deixaram de ser objeto de discriminação.
“É uma vergonha, e envergonha-me profundamente, como o racismo e o antissemitismo se expressam no nosso país nestes tempos”, afirmou, citada pelo Religión Digital, sublinhando que “o racismo e o antissemitismo nunca desapareceram, aliás voltaram mais visíveis e desinibidos desde há algum tempo”.
Recordando a tentativa de ataque a uma sinagoga na cidade de Halle, no ano passado, por um alemão que havia publicado um discurso antissemita nas redes sociais, Merkel afirmou-se preocupada. “Sabemos da rapidez com que as palavras podem transformar-se em ações”, alertou. “Muitos judeus não se sentem seguros e respeitados no nosso país, e isso preocupa-me muito.”