Um ataque com explosivos contra uma mesquita em Múrcia (Espanha) e vandalismo contra uma outra em Estrasburgo (França) registaram-se esta semana e foram já condenados por diversas organizações.
No sudeste de Espanha, a localidade de San Javier, Múrcia, acordou na madrugada de domingo (21 de Fevereiro) com uma explosão sentida por vários residentes nas proximidades da mesquita.
“Tenho insónias, por isso estava sentada a fumar no meu apartamento, mesmo por cima do local onde ocorreu a explosão. Ouvi um barulho alto e senti o chão mexer-se”, disse Francisca Chuecos ao diário local La Verdad, citado pelo The Muslim News.
A explosão deu-se cerca das 4h locais (3h em Lisboa) e danificou janelas e fachada. Frases insultuosas tinham sido pintadas também.
O ataque, conta a mesma fonte, é rejeitado pelos muçulmanos, que dizem que nunca houve problemas entre quem já ali vivia e os que foram chegando. “Todos nos respeitamos uns aos outros”, disse Mohamed Mehdi, que vive no bairro há uma década.
O imã da mesquita, Brahim Roubi, confirmou a opinião, destacando a hospitalidade e o acolhimento para com a comunidade muçulmana. “Estou certo de que será um incidente isolado”, disse ele.
Também o ayuntamiento (município) condenou o ataque, insistindo que a comunidade se orgulha da “forma harmoniosa como San Javier se tornou uma cidade intercultural nos últimos anos”.
Espanha tem 2,1 milhões de muçulmanos. Cerca de 100.000 vivem na região de Múrcia.
Em Estrasburgo, foi a pintura de frases insultuosas que também levou à perplexidade e condenação. Na vedação de obras da Mesquita do Sultão Eyyub, que será o maior local de culto muçulmano da Europa, depois de concluída, apareceram graffitis contra o islão e os muçulmanos na terça-feira, 23.
A Confederação Islâmica de Milli Gorus (CIMG), que supervisiona a construção da mesquita, lamentou a mensagem, que “reflecte o clima” de “banalização” do discurso contra os muçulmanos no discurso público e mediático, informa também o The Muslim News.
Um homem de 21 anos detido pela polícia admitiu ter sido o autor do acto, mas ainda não se sabe que intenção ele teria.
Além do CIMG, também o Conselho Francês de Culto Muçulmano e a União das Mesquitas condenaram o acto.