Mesquitas reabertas à força na Guiné-Conacri por manifestantes

Mesquita de Conacri: “O Governo é incapaz de nos proteger do vírus, por isso confiamos apenas em Deus”, disseram os manifestantes. Foto © afrotourism.com
“Preferimos morrer a rezar do que viver sem rezar.” Foi assim que um dos manifestantes justificou a atitude de dezenas de pessoas em Kamsar, no noroeste da Guiné-Conacri, que se reuniram para protestar contra o encerramento das mesquitas e acabaram por destruir os cadeados que trancavam a porta da mesquita local.
Encerradas desde o dia 26 de março para evitar a disseminação do novo coronavírus, diversas mesquitas foram reabertas esta quarta-feira, 13 de maio, por grupos de fiéis muçulmanos, apesar da proibição imposta pelo Governo. do país.
No dia anterior, sete pessoas tinham morrido em protestos contra restrições ligadas ao estado de emergência e também contra os inúmeros cortes de energia que têm afetado este país africano.
“O Governo é incapaz de nos proteger do vírus, por isso confiamos apenas em Deus. Como podemos deixar os mercados abrir e manter as mesquitas fechadas?”, questionou um dos manifestantes, em declarações à AFP, citado pelo jornal La Croix. “Agradeço a Deus, porque estávamos muito preocupados por não podermos orar com a aproximação do fim do Ramadão”, disse por seu lado o responsável de uma das mesquitas reabertas.
Com 2.473 casos confirmados e 15 mortes hospitalares, a Guiné é um dos países da África Ocidental mais afetados pela pandemia.
O secretário de Estado para os Assuntos Religiosos, Jamal Bangoura, disse na noite de quarta-feira que o encerramento dos locais de culto faz parte das medidas adotadas para limitar a disseminação da covid-19 e pediu “calma e contenção”.
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