
“Regressaremos à cidade para reposicionar o espírito e os valores que orientam a nossa missão”, sublinha Manuel de Lemos, presidente da União das Misericórdias Portuguesas. Foto © UMP.
Os cada vez maiores desafios do setor social e solidário e o contributo da economia social para o desenvolvimento do país e no apoio à população estarão em debate no 14º Congresso Nacional das Misericórdias, que se realizará entre os dias 1 e 3 de junho, em Lisboa, após um interregno de quatro anos marcado pela pandemia. O encontro contará com representantes de Santas Casas de todo o país, investigadores, responsáveis políticos e personalidades relevantes da sociedade portuguesa.
No ano em que a Santa Casa de Lisboa celebra 525 anos e praticamente um século após o primeiro congresso das Misericórdias (que aconteceu em Lisboa, no ano de 1924), “regressaremos à cidade para reposicionar o espírito e os valores que orientam a nossa missão”, sublinha Manuel de Lemos, presidente da União das Misericórdias Portuguesas (UMP).
O primeiro dia do congresso, que tem por mote “Valorizar o passado, viver o presente, projetar o futuro”, vai centrar-se na identidade das Misericórdias na atualidade, e particularmente na importância da “salvaguarda do património como instrumento do desenvolvimento” económico e turístico do país, mas também na “demografia como fator de coesão”, refere o comunicado enviado pela UMP ao 7MARGENS.
O segundo dia, 2 de junho, será dedicado a analisar o papel do Estado no financiamento das políticas sociais de saúde, bem como a sua responsabilidade na execução das mesmas, assegurando a sustentabilidade das Misericórdias. Serão ainda analisadas a “prestação de cuidados de saúde a idosos” e “as respostas inovadores como motor de emprego e qualificação”.
No último dia, 3 de junho, o objetivo será aprofundar a visão “dos jovens provedores sobre o futuro das Misericórdias”.
Marcarão presença, em diferentes painéis ao longo dos três dias, o ministro da Cultura, Pedro Adão e Silva; a ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa; o secretário de estado da Saúde, Ricardo Mestre; e a ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Ana Mendes Godinho. Na sessão de abertura, estará presente o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e a sessão de encerramento será presidida pelo Primeiro-Ministro, António Costa.
O congresso será precedido, no dia 31 de maio (em que se assinala o Dia de Nossa Senhora das Misericórdias), de uma missa que terá lugar na igreja de São Roque, às 18h, a qual será presidida pelo padre Vítor Melícias (presidente honorário da UMP) e contará com a participação especial da fadista Katia Guerreiro.
O programa completo do congresso e o formulário para inscrições pode ser encontrado em https://congresso.ump.pt.
Existem atualmente em Portugal 388 Misericórdias, algumas com mais de 500 anos de vida. Apoiando diariamente mais de 165 mil pessoas em todo o país em áreas sociais estratégicas como a educação, saúde, e inclusão socioprofissional, as Misericórdias detêm 23 hospitais e 117 unidades de cuidados continuados.