
“Sem Jesus não haveria esta festividade.” Foto © Congerdesign/Pixabay
Natal! Esta é uma das épocas mais emblemáticas dos países cristãos. É sem dúvida um tempo de grande relevância!
É interessante pensar que, sem Jesus não haveria esta festividade. Como este Homem marcou o mundo! Alguém tão querido para muitos, rejeitado por outros; no entanto, Ele marcou o calendário da humanidade e, mais do que isso, marcou a própria história da humanidade. Entre muitos homens e mulheres que se destacam pelos seus feitos, nenhum se compara a Jesus Cristo, nascido em Belém. Jesus é singular por continuar a fazer história neste mundo e talvez seja por isso que continua haver muita controvérsia à volta da sua Pessoa.
Contudo, percebemos que ao longo dos anos o Natal tem sido desvirtuado. Adulterar este evento é matá-lo, ou seja, é abafar a verdade e todos os contornos à volta do nascimento de Cristo, com outras coisas que vão ganhando relevância e força nesta época, mas que nada têm a ver com ela. Vivendo num país maioritariamente cristão, encontramos crianças que celebram o Natal, mas nada sabem sobre ele, o que é muito estranho! Como celebrar o Natal sem celebrar verdadeiramente a Pessoa que dá sentido a ele?
O comércio, a família reunida, o bacalhau, o polvo, o peru e outras iguarias típicas desta altura, a troca de presentes, o Pai Natal, o pinheiro de Natal, as músicas e canções natalícias, as cores e brilhos dentro e fora de casa, a ênfase na beneficência, a alegria e paciência estimuladas por uma atmosfera natalícia… enfim, tradições que percorreram tempos, gerações. No entanto, quando as tradições se sobrepõem à verdade e neste caso referente ao Natal, ganhando mais espaço na nossa mente, e mais tempo no nosso tempo, com certeza festejaremos alguma coisa, menos Natal.
A transmissão de costumes, comportamentos, crenças etc., que fazem parte de uma cultura e identidade de um povo, não tem nada de mal quando é boa e não sufoca a verdade, e neste caso, os factos do nascimento de Jesus Cristo.
Hoje, os que são cristãos, a começar nas famílias e igrejas, temos em mãos o grande desafio de resgatar o Natal na sua verdadeira essência. Para isso, há a necessidade de nos focarmos naquela noite e no significado, importância, razão e amplitude do nascimento e da Pessoa incontornável de Jesus Cristo. Recuperar a génese desta época, é estarmos a restaurar a nossa identidade cristã, e é ter a sabedoria de colocar as coisas no seu lugar, dando-lhes a devida importância que na verdade merecem.
Por vezes ouve-se que “Natal não é Natal se não houver bacalhau na mesa”, mas não será mais correto dizer que “Natal não é Natal sem Jesus nesta festa?” Talvez muitas famílias não possam ter acesso a determinadas coisas que fazem parte de alguns costumes desta época, mas na verdade é isso que dá sentido ao Natal? Os que somos cristãos: essa é a mensagem que queremos passar aos nossos filhos e sociedade? Se assim for, então esta festividade torna-se um dos dias mais tristes, injustos e difíceis para muitas pessoas, e isto apenas revela que o conceito de Natal está invertido no nosso pensamento e viver. Na verdade, apesar de muitos esforços, muitas pessoas, inclusive crianças, não terão acesso a uma mesa farta e a presentes, mas todas elas poderão ter acesso à poderosa e real mensagem do Natal e isso é que é poderoso e consolador. Não é a fartura nem a escassez que definem o Natal e como o podemos celebrar. Certamente não é fácil perceber isto e não deixar de sentir tristeza quando uma família não consegue ter o que supostamente todos estão a ter à sua volta. Mas não será isto a consequência de um Natal desvirtuado?
Cristãos, temos uma missão: resgatar o Natal.
Desejo um Feliz e Santo Natal com Jesus Cristo no centro de tudo.
Isabel Ricardo Pereira é missionária evangélica; contacto: isabeljose@sapo.pt