
Padre Aho: um prato de comida pode valer dois anos na cadeia. Depende a quem se dá e em que país se vive… Foto: Direitos reservados/Asia News
O padre Sefer Bileçen, padre Aho no nome monástico, da Igreja Siríaca Ortodoxa, ofereceu comida a um grupo que bateu à porta do seu mosteiro. O Ministério Público turco disse que o grupo era do PKK (Partido dos Trabalhadores do Curdistão) e acusa-o de prestar auxílio a uma organização terrorista, como o Governo turco considera o PKK, que reivindica há décadas a independência do Curdistão.
Em tribunal, nesta quarta-feira, 7, o padre Bileçen foi condenado a dois anos de cadeia, mas protestou a sua inocência, dizendo que apenas teve um acto de caridade cristã e da hospitalidade monástica, depois de as pessoas terem batido à porta do mosteiro a pedir comida, como conta a Rádio Renascença.
Quatro dias depois do incidente, o padre Aho foi detido, mas libertado logo a seguir devido à pressão da opinião pública. O julgamento decorreu sem a sua presença e sem a presença de qualquer órgão da imprensa. O tribunal condenou-o a 25 meses de prisão por pertencer ao PKK – acusação que o padre nega, ainda mais não sendo curdo – e por auxílio a um grupo terrorista.
O mosteiro Mor Jakup (São Tiago, em siríaco) foi restaurado pelo próprio padre Aho, que o encontrou ao abandono, depois do genocídio a que foram sujeitos os cristãos da região – sobretudo arménios – em 1915.