
A monja birmanesa Ketumala, 40 anos, dedicou as últimas duas décadas à defesa da importância das mulheres na religião. Foto: Direitos reservados.
A monja budista Ketumala, ativista dos direitos das mulheres em Myanmar, alerta para a discriminação e desprezo de que continuam a ser alvo os conventos femininos no país. Enquanto os monges são altamente respeitados na sociedade e não têm dificuldades em obter donativos para financiar os seus mosteiros, as monjas vêem-se muitas vezes obrigadas a pedir esmola na rua, onde chegam a ser maltratadas, denuncia.
“Quando um homem se torna monge, as pessoas aplaudem, dizendo que isso é bom para a religião e que a fará melhorar, mas quando uma mulher se torna monja as pessoas pensam sempre que isso se deve a algum problema”, explica Ketumala. “Acham que o convento é um lugar para mulheres pobres, velhas, doentes, divorciadas ou que precisam de ajuda”, acrescenta, citada pelo Religión Digital.
Ketumala, 40 anos, dedicou as últimas duas décadas à defesa da importância das mulheres na religião, tendo criado a Fundação Dhamma School, que gere mais de 4.800 centros de educação budista para crianças em Myanmar. No entanto, lamenta que “as decisões sobre todos os assuntos que dizem respeito às monjas venham dos monges” e que, num país que exige que as mulheres “vejam o seu filho como seu chefe e o seu marido como seu deus”, também as monjas (que se estima serem mais de 60 mil) continuem a ser discriminadas.