
A alteração à lei aplica-se “às mulheres provenientes de qualquer parte do mundo”. Foto © Zurijeta.
As mulheres que queiram peregrinar até Meca, na Arábia Saudita, já não são obrigadas a fazer-se acompanhar de um homem, ou mahram. A suspensão dessa obrigatoriedade foi confirmada pelo ministro saudita Tawfiq bin Fawzan Al-Rabiah, durante uma conferência de imprensa que teve lugar esta semana durante a sua visita ao Cairo, capital do Egito.
A alteração às regras já havia sido anunciada anteriormente, avança a Asia News, no entanto tinha sido alvo de diferentes interpretações e não era respeitada. Até agora, para peregrinarem a Meca, as mulheres continuavam a ser obrigadas a fazer-se acompanhar de um guardião ou tutor masculino (habitualmente, o pai, esposo ou irmão). O ministro sublinhou que a suspensão dessa obrigatoriedade se aplica “às mulheres provenientes de qualquer parte do mundo”, quer participem no Hajj ou no Umrah (a peregrinação maior e menor a Meca, lugar sagrado por excelência do Islão).
Al Rabiah acrescentou que não serão impostos limites à emissão de vistos para peregrinações menores. “Qualquer muçulmano que venha ao reino com qualquer tipo de visto pode realizar o Umrah”, esclareceu.
O ministro aproveitou ainda para referir que o processo de inscrição nas peregrinações está a ser modernizado, através da introdução de novas tecnologias e da inteligência artificial. Também a Grande Mesquita de Meca está a ser objeto de obras de renovação e ampliação, cujo investimento é o maior de sempre (rondando os 55 mil milhões de euros), e estão a ser desenvolvidos esforços para reduzir os custos das peregrinações a Meca, para que estas se tornem acessíveis a um número cada vez maior de fiéis.