
Na Suíça, uma mulher muçulmana pode usar um hijab (lenço a cobrir o cabelo), mas não um niqab, que mostra apenas os olhos, ou uma burca, que cobre todo o corpo. Foto © Zurijeta.
O governo suíço submeteu ao parlamento esta quarta-feira, 12, um projeto de lei que prevê uma multa de 990 francos suíços (cerca de 1020 euros) para quem violar a proibição de cobrir o rosto em público, a qual tinha já sido aprovada num referendo vinculativo em 2021, com 51% dos votos.
Apesar de o texto não mencionar especificamente o uso dos véus muçulmanos, como a burca ou o niqab, e de o governo alegar que os objetivos desta medida são impedir que manifestantes violentos ocultem o seu rosto em protestos e garantir a segurança e ordem públicas, vários grupos muçulmanos consideram-na discriminatória e prometem contestá-la na Justiça, avança o Muslim Times.
De acordo com o projeto de lei, os olhos, nariz e boca devem estar sempre visíveis e a multa inicialmente prevista para o não cumprimento rondava os 10 mil euros. Um fã de futebol pode, por exemplo, usar um boné ou capuz, mas não uma balaclava. Uma mulher muçulmana pode usar um hijab (lenço a cobrir o cabelo), mas não um niqab, que mostra apenas os olhos, ou uma burca, que cobre todo o corpo.
A proibição aplica-se a todos os espaços públicos ou privados acessíveis ao público, entre os quais se incluem escolas, tribunais, hospitais e transportes públicos, e ainda restaurantes, lojas, cinemas e pavilhões desportivos. As instalações consulares ou diplomáticas e os locais de culto não estão abrangidos por esta regra.
Cerca de 5% dos habitantes da Suíça são muçulmanos. Destes, a maioria é originária da Turquia e dos estados balcânicos, incluindo a Bósnia e o Kosovo. O véu facial total ou parcial já é proibido em outros países europeus, como França, Dinamarca, Holanda e Áustria.