
“O sequestro de estudantes católicos e de outros cristãos aumentou no ano passado” e as práticas intimidatórias “envolvendo a violação e o casamento forçado de meninas cristãs” têm crescido no Nordeste do país, denuncia o bispo Emmanuel Adetoyese Badejonigeria. Foto: Direitos reservados.
O bispo Emmanuel Adetoyese Badejo, da Diocese de Oyo, na Nigéria, publicou nesta quarta-feira, dia 1 de dezembro, uma mensagem criticando fortemente a decisão do Departamento de Estado dos Estados Unidos da América de retirar aquele país da lista anual de nações violadoras da liberdade religiosa. A Nigéria tinha entrado pela primeira vez na lista no ano passado. A crítica do bispo Badejo foi divulgada pelo Vatican News.
“Fiquei muito surpreendido ao tomar conhecimento da exclusão da Nigéria da lista das nações violadoras da liberdade religiosa, porque não há nada no terreno que sugira que os cristãos têm hoje maior liberdade de praticar a sua fé do que há um ou dois anos. As coisas não melhoraram”, afirmou o bispo de Oyo enfatizando que “o sequestro de estudantes católicos e de outros cristãos aumentou no ano passado” e que as práticas intimidatórias “envolvendo a violação e o casamento forçado de meninas cristãs” têm crescido no Nordeste do país.
Também a Comissão dos EUA sobre Liberdade Religiosa Internacional (USCIRF) – um órgão bipartidário independente do Governo – tornou pública a sua estupefação perante a remoção da Nigéria da referida lista, classificando a decisão como “terrível e inexplicável”.
O Vatican News recorda que em julho o bispo Hassan Matthew Kukah da Diocese de Sokoto, falando ao Comité de Relações Exteriores da Câmara dos Estados Unidos sobre liberdade religiosa na Nigéria, referiu que “além da eliminação física dos agentes pastorais, dos missionários cristãos”, se tem assistido em todo o país a outras formas de perseguição aos cristãos como “a destruição parcial, ou total, de igrejas, escolas, conventos, instalações de saúde e presbitérios.”
Nesta sua nova mensagem, o bispo Badejo sublinhou que o Governo nigeriano tem agido como se tudo estivesse bem, recusando-se sempre a declarar como terroristas os extremistas que promovem a destruição sistemática, violam os direitos humanos e semeiam o caos entre a população cristã. “É quase total o desinteresse do Governo Federal em ajudar os cristãos sequestrados em massa. Por outro lado, a assessoria de imprensa do Governo Federal põe-se em ação sempre que dá conta de uma qualquer resistência à agressão e aos movimentos de ocupação das igrejas por parte dos pastores muçulmanos Fulani que se tornaram uma ameaça em todo o país”, notou o bispo Badejo.