Perante o cenário de violentas manifestações vivido no Peru, após a tentativa de golpe de estado do Presidente Pedro Castillo na semana passada, a Conferência Episcopal Peruana (CEP) lançou um apelo a todas as instituições e à população, “para procurar a estabilidade do país”. “Não à violência! Não ao desgoverno!”, pediram os bispos em comunicado divulgado esta segunda-feira, 12 de dezembro.
“A violência não é a solução para a crise ou para as diferenças. Chega de atos de violência, chega de mortes! O Peru deve ser a nossa prioridade!”, defendem os representantes católicos, na sequência da crise política que culminou na detenção de Castillo e na subida ao poder da vice-Presidente, Dina Boluarte.
Até ao momento, sete manifestantes morreram nos protestos e mais de uma centena de polícias foram feridos, 15 dos quais num ataque com explosivos. De acordo com o último relatório policial, existem bloqueios de estradas em 14 das 24 regiões do Peru, avança a CNN Portugal esta quarta-feira. Os manifestantes exigem a dissolução do Congresso, eleições imediatas e uma nova Constituição.
No comunicado, os bispos fazem “uma invocação urgente para construir pontes de diálogo, pedindo serenidade a todos os nossos compatriotas que realizam protestos em várias partes do país, cujas reivindicações, quando justas, devem ser ouvidas; mas que exerçam o seu direito sem violência”.
A CEP deixa um apelo particular às “Forças Policiais, especialmente a Polícia Nacional do Peru, para que atuem no âmbito da Lei, garantindo a integridade do povo; à classe política, especialmente ao Poder Executivo e aos Deputados da República, que se preocupem com a institucionalidade, a ordem democrática, o devido processo legal e o bem comum de todos os peruanos, especialmente dos mais vulneráveis. E a todas as instituições do Peru, para que busquem a estabilidade do país, porque não podemos dar-nos ao luxo de um desgoverno na nossa Pátria”.
“O nosso querido país não deve continuar na ansiedade, no medo e na incerteza. Precisamos de diálogo sincero, calma para proteger a nossa frágil Democracia, preservar a institucionalidade e manter a fraternidade do nosso povo”, concluem os bispos.