
Foto © Robert V. Ruggiero / Unsplash
A alegada vítima de abuso sexual do padre André Gonçalves, da diocese de Viana do Castelo, afirmou que ambos mantinham uma relação desde dezembro de 2022, mas assegurou que “houve total consentimento das duas partes”.
“Tudo o que aconteceu entre mim e o padre André Filipe Gonçalves foi com o consentimento dos dois, o que não deixa de constituir um problema para o sacerdote. Contudo, o mesmo confrontado com a denúncia admitiu o facto de se ter envolvido comigo e não, como referia o comunicado [da Diocese de Viana] ter abusado de mim”, afirmou o jovem, em declarações à Alto Minho TV.
O caso foi divulgado na segunda-feira ao final do dia pela Diocese de Viana do Castelo que, através de comunicado divulgado às redacções, informou ainda que o padre André Gonçalves admitira o relacionamento, comunicando ao mesmo tempo a decisão de se afastar das suas funções. O documento acrescentava ainda que ele estava proibido de exercer publicamente o ministério.
Nas declarações à televisão minhota, o jovem, cuja idade não foi divulgada, acrescentava, sob anonimato, que o padre pedira “de imediato dispensa do sacerdócio”. Mas o bispo de Viana do Castelo, João Lavrador, “insistiu, mesmo tendo o Ministério Público referido que o acontecido não era abuso, em publicar o comunicado referindo o sacerdote como pedófilo”, referia ainda o jovem.
O jornal O Minho citou entretanto uma fonte não identificada da Diocese de Viana para dizer que, segundo o testemunho do padre “permite concluir que os atos ocorreram fora de lugares e instituições diocesanas”.
No mesmo jornal, o bispo de Viana refere que quando soube do caso chamou imediatamente os dois, confrontando o padre “com a realidade”, e tendo disponibilizado “todos os meios para ajudar [a alegada vítima e a família] naquilo que seja possível e que seja pedido”.
“Espero que ele até já esteja fora das paróquias”, declarou o bispo num encontro com jornalistas, de apresentação da mensagem do Papa para o Dia das Comunicações Sociais, divulgada nesta terça-feira. E acrescentou que espera enviar “uma carta aos paroquianos que ele serviu” para pedir “desculpa e perdão”.
O padre em causa era até agora responsável de seis paróquias e assistente dos Convívios Fraternos, um movimento de evangelização de jovens.