rabino Marc Schneier a comer bagels foto twitter do proprio

O rabino Marc Schneier e a chefe da delegação israelita no Mundial, Iris Ambor, a provar os  primeiros bagels casher feitos no Qatar. Foto publicada por Marc Schneier na rede Twitter.

 

A proibição da venda de bebidas alcoólicas nos recintos desportivos do Qatar tem gerado polémica, e chegou a temer-se que a comida casher (preparada de acordo com as leis judaicas) também tivesse sido banida no país islâmico. No entanto, graças a dois rabinos fãs de bagels e à Qatar Airways (que disponibilizou um espaço para a cozinha), os adeptos de futebol que sejam judeus praticantes não passarão fome durante o Mundial.

O rabino Marc Schneier, de Nova York – diretor da Foundation for Ethnic Understanding, uma organização sem fins lucrativos dedicada a melhorar as relações judaico-muçulmanas – juntamente com o rabino Mendy Chitrik, de Istambul – presidente da Aliança dos Rabinos nos Estados Islâmicos – acabam de abrir a primeira cozinha casher no Qatar.

A estrela do menu são os bagels (pequenos pães em forma de anel), que “embora não sejam muito conhecidos aqui no Qatar, são muito conhecidos nos EUA e etnicamente identificados com os judeus”, disse Schneier à Jewish Telegraphic Agency, citada pelo Jewish News. “Estes são provavelmente os primeiros bagels casher produzidos e cozidos ​​aqui no Qatar”, sublinhou.

A cozinha está sob a supervisão de Chitrik, que administra as operações de certificação casher na Turquia e que já ajudou a facilitar as operações casher noutros lugares do Médio Oriente, como os Emirados Árabes Unidos. O seu filho, Eli, também rabino, ficará no Qatar durante toda a competição de futebol para supervisionar as instalações, que estarão a funcionar durante os 30 dias do Mundial.

Dependendo da procura, a oferta de pratos poderá vir a tornar-se mais diversificada, avançam ambos os rabinos. De qualquer forma, Schneier acredita que este projeto vai além do objetivo a curto prazo de alimentar os judeus que querem assistir aos jogos: os bagels podem ser um passo para normalizar a vida judaica no Qatar, “que atualmente é inexistente”.

(Casher – lê-se “cashér” – é o termo usado desde há séculos pelos judeus sefarditas, da Península Ibérica; deve ser, por isso, o termo utilizado em português. Kosher – “kósher” – é usado nos países anglo-saxónicos.)

 

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