“Não queremos que vivam aqui cristãos.” Cresce a violência contra as minorias religiosas no Paquistão

Paquistão. Foto © ACN Portugal
“Todas as pessoas que moram nesta rua são muçulmanas e não querem que vivam aqui cristãos.” Foi com estas palavras que a família de Nadeem Joseph foi recebida ao mudar-se para um bairro de Peshawar, uma das principais cidades do Paquistão, no início de junho. Alguns dias depois, Nadeem foi atacado e baleado à porta da sua nova casa por um vizinho, tendo acabado por morrer no passado dia 29. Os bispos católicos do país pedem agora proteção para esta família e alertam para o aumento da discriminação das minorias religiosas no país, apelando ao Governo que faça cumprir a constituição.
“A sociedade paquistanesa tornou-se cada vez mais intolerante e viver como uma minoria religiosa é cada vez mais difícil. Há muitos incidentes similares que não são denunciados”, afirma a Comissão Nacional Justiça e Paz (CNJP), organismo pertencente à Conferência Episcopal Paquistanesa, num comunicado citado esta quarta-feira, 8 de julho, pela agência Fides.
“A família de Nadeem vive com grandes dificuldades e em perigo depois deste ataque. O governo deve garantir-lhes a segurança e proteção, tanto a eles como a todas as minorias religiosas”, sublinhou o arcebispo Joseph Arshad, presidente da CNJP.
A comissão assinalou a discriminação de que as minorias religiosas têm sido alvo, particularmente no contexto da pandemia, citando as recusas em doar alimentos ou proporcionar outro tipo de ajudas aos não-muçulmanos.
De acordo com a CNJP, o recente bloqueio da construção de um templo hindu em Islamabad é mais um exemplo da crescente discriminação religiosa. “Esta ação reflete a falta de aceitação das minorias religiosas que são parte deste país desde há séculos”, acusa Emmanuel Yousaf, diretor da comissão. “O governo deve trabalhar para salvaguardar os direitos das minorias religiosas no Paquistão consagrados na nossa Constituição.”
Também em declarações à Fides, o ativista cristão de direitos humanos Sabir Michael reforçou a mensagem.“Deve-se notar com preocupação que episódios semelhantes de ataques às comunidades mais vulneráveis estão a aumentar. O Governo deve levar isso a sério.”
No passado mês de fevereiro, um jovem foi torturado e acabou por morrer, depois de ter sido encontrado por um grupo de muçulmanos a tomar banho no tanque de uma pequena localidade agrícola na província de Punjab. De acordo com os meios de comunicação locais, Saleem Masih, de 22 anos, tinha estado a descarregar palha no campo e foi lavar-se, mas o grupo obrigou-o a sair do tanque e começou a espancá-lo, acusando-o de “poluir” a água por ser “um cristão imundo”.
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