
Nathalie Bécquart “é uma das várias líderes que aconselham o Papa em assuntos importantes para a Igreja Católica, além de ser a única mulher com direito a voto [durante o próximo Sínodo dos Bispos]”, escreveu a BBC. Foto © António Marujo.
A BBC incluiu a irmã Nathalie Bécquart entre as 100 mulheres mais inspiradores e influentes do mundo em 2022. A lista foi anunciada pela cadeia televisiva no dia 6 de dezembro e integra numerosas mulheres que se tornaram conhecidas por encabeçarem protesto e lutas pelos direitos humanos em situações críticas, como a primeira-dama da Ucrânia, Olena Zelenska, ou Alice Pataxó, ativista climática, defensora dos direitos do povo Pataxó (Brasil).
Justificando a inclusão da freira francesa da Congregação de Xavières (uma ordem do universo jesuíta inspirada na figura de São Francisco Xavier), a BBC escreve: “a sua nomeação pelo Papa Francisco como subsecretária do Sínodo dos Bispos fez dela a primeira mulher a ocupar esse cargo. Ela é uma das várias líderes que aconselham o Papa em assuntos importantes para a Igreja Católica, além de ser a única mulher com direito a voto [durante o próximo Sínodo dos Bispos]. (…) Bécquart foi a primeira mulher diretora do Serviço Nacional de Evangelização de Jovens e Vocações em França”.
Nathalie Bécquart disse ao 7MARGENS em entrevista em junho deste ano, já depois de ter sido nomeada pelo Papa Francisco: “Este sínodo é o acontecimento eclesial mais importante desde o [Concílio] Vaticano II. Não é sobre um tema como outros – tivemos o sínodo sobre a família, o sínodo sobre os jovens… –, é um sínodo sobre a identidade mais profunda da Igreja, que não o será sem redescobrir a natureza constitutiva da sinodalidade que faz parte de si própria, enquanto comunhão missionária.”.
A lista que a BBC divulgou é dominada por mulheres de relevo da Ucrânia e do Irão, mas dela fazem também parte figuras como Úrsula Van der Leiden, presidente da Comissão Europeia, ou a atleta recordista do triplo salto Yulimar Rojas (Venezuela), ou ainda a estrela pop russa Alla Pugacheva. Pugacheva, que já vendeu mais de 250 milhões de cópias das suas mais de 500 canções e 100 álbuns, teve a coragem de denunciar a invasão da Ucrânia na sua conta de Instagram que é seguida por 3,6 milhões pessoas. Entre os cem nomes, não existe nenhuma portuguesa.