
O Papa Francisco, no voo para Malta (2 de abril de 2022), ao receber um quadro, pintado por Daniel Jude Okeoguale, refugiado com quem se encontraria durante a viagem ao país. Okeoguale sobreviveu a um naufrágio, no Mediterrâneo, e evoca na obra todos os que morreram na mesma viagem e ele não conseguiu salvar. Foto © Vatican Media.
O Papa defende na sua mensagem para a próxima Jornada Mundial do Migrante e Refugiado que “ninguém deve ser excluído” da sociedade, rejeitando que sejam vistos como “invasores”.
“Ninguém deve ser excluído. O plano divino é essencialmente inclusivo e coloca, no centro, os habitantes das periferias existenciais. Entre estes, há muitos migrantes e refugiados, deslocados e vítimas de tráfico humano”, refere o texto, divulgado esta quinta-feira pelo Vaticano.
Na mensagem, com o tema “Construir o futuro com os migrantes e os refugiados”, Francisco alude às recentes experiências de guerra e da pandemia da Covid-19. “À luz do que aprendemos nas tribulações dos últimos tempos, somos chamados a renovar o nosso compromisso a favor da construção de um futuro mais ajustado ao desígnio de Deus, a construção de um mundo onde todos possam viver em paz e com dignidade”, indica.
“Apraz-me ver esta abordagem do fenómeno migratório numa visão profética de Isaías, onde os estrangeiros não aparecem como invasores e devastadores, mas como trabalhadores cheios de boa vontade que reconstroem as muralhas da nova Jerusalém, a Jerusalém aberta a todas as nações (cf. Is 60, 10-11)”.