
Imagem de arquivo de uma manifestação violenta no Haiti. Foto © Voice of America/Wikimedia Commons.
O arcebispo de Cap-Haïtien, D. Launay Saturné, afirmou que o Haiti está a viver um tempo de enorme insegurança com a multiplicação de grupos armados que atuam perante a inoperância das autoridades. “Ninguém é poupado. Estamos todos expostos”, disse o prelado haitiano, em declarações à Fundação AIS.
Para o monsenhor Saturné, esta instabilidade está a fazer crescer o medo entre a população, contribuindo também para a paralisia da vida económica. “Ninguém sabe quanto tempo vai durar esta situação conturbada, esta instabilidade política e a insegurança. Muitos sectores e instituições de vida nacional tornaram-se instáveis e quase inexistentes. Ninguém é poupado. Estamos todos expostos.”
No dia 28 de abril, o padre Whatner Aupont foi raptado nos arredores da capital, Port-au-Prince, relançando a questão da insegurança no Haiti, país que atravessa uma profunda crise política e económica.
Apesar de o sacerdote ter sido libertado logo no dia seguinte, menos de 24 horas depois do sequestro, a Fundação AIS sublinha que isso em nada diminuiu a gravidade do facto, notando que nem os próprios membros da Igreja estão a ser poupados na onda de violência que atravessa o país.
Falando à Fundação AIS, na sequência da libertação do sacerdote, Launay Saturné disse que esta questão está a tornar-se de dia para dia mais complexa e difícil. “A deterioração desta situação deve-se à multiplicação de gangues armados, aos constantes casos de rapto, à insegurança omnipresente, à inflação, especialmente ao aumento dos preços dos bens essenciais, aos incidentes sangrentos e a uma avalanche de distúrbios e atos de crueldade.”