
Missa com a comunidade congolesa de Roma, em julho de 2022. Francisco será o primeiro Papa a visitar o Sudão do Sul e o segundo a deslocar-se à República Democrática do Congo. Foto © Vatican Media.
Não foi a 37ª viagem apostólica de Francisco, como estava previsto, mas vai ser a 40ª: de 31 de janeiro a 5 de fevereiro, o Papa cumprirá o prometido e visitará a República Democrática do Congo e o Sudão do Sul. Entre os muitos compromissos agendados, incluem-se dois encontros que o diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Matteo Bruni, prevê que sejam “comoventes”: um com vítimas de violência, outro com deslocados internos. E a missa do dia 1 de fevereiro, no aeroporto Kinshasa-Ndolo, é forte candidata ao top dos eventos mais concorridos deste pontificado.
Em declarações aos jornalistas nesta sexta-feira, 27 de janeiro, o porta-voz do Vaticano sublinhou que esta será “uma bela viagem” para levar “uma palavra de paz” a ambos os países e, em resposta às perguntas sobre o clima de instabilidade que neles é vivido, assegurou que “estão a ser feitos grandes esforços pelas autoridades locais para garantir a segurança”, acrescentando que “não há nenhuma ameaça específica”.
Francisco tem pela frente um percurso de 12 mil quilómetros, com quase 17 horas de voo. Será o primeiro Papa a visitar o Sudão do Sul, país independente desde 2011, e o segundo a deslocar-se à República Democrática do Congo, onde São João Paulo II esteve por duas vezes (em 1980 e 1985).
De acordo com o programa da viagem, o Papa fará sete discursos em Kinshasa (capital do Congo) e cinco em Juba (capital do Sudão do Sul), os quais serão transmitidos através do canal de Youtube do Vatican News, com comentários em português). Tal como é habitual, Francisco irá deslocar-se em carro aberto entre os vários compromissos.
A missa do dia 1 de fevereiro, que será celebrada segundo o rito zairense do Missal Romano, deverá ser uma das mais participadas de sempre com o Papa Francisco. A área tem capacidade para acolher até um milhão e meio de pessoas e, de acordo com a imprensa local, será mesmo esse o número de presentes na celebração. O palco onde a celebração será realizada é o maior já construído na República Democrática do Congo, e está equipado com um elevador para permitir que o Papa possa aceder a ele mais facilmente. O coro que animará a missa está entre os maiores de todos os tempos: será composto por 700 pessoas.
Em Juba, juntar-se-ão ao Papa, para uma peregrinação ecuménica de paz, o primaz da Igreja Anglicana e arcebispo de Cantuária, Justin Welby, e o moderador da Assembleia Geral da Igreja da Escócia, Iain Greenshields. O objetivo é dar continuidade aos esforços já realizados pelos três líderes religiosos para assegurar a paz no Sudão do Sul.
O programa completo da viagem está disponível no site da Santa Sé.
Esta será a quinta viagem de Francisco ao continente africano, onde esteve em 2015, 2017 e 2019.