Incêndios e decapitações

Nova vaga de ataques terroristas atinge Cabo Delgado

| 6 Set 2022

Macomia, Cabo Delgado, Moçambique.

Macomia, que já era uma região considerada estabilizada, voltou a ser alvo de ataques. Foto: Direitos reservados.

 

Uma série de ataques terroristas atingiu a província de Cabo Delgado, em Moçambique, nas últimas semanas, denunciou o Denis Hurley Peace Institute, órgão associado da Conferência dos Bispos Católicos da África Austral. De acordo com informações daquela organização, veiculadas pelo jornal Crux esta terça-feira, 6, pelo menos 70 casas e um camião que transportava milho foram incendiados na vila de Nacuale e várias pessoas foram decapitadas no final de agosto.

“Parece que não há um alvo específico. As vítimas incluem cristãos, muçulmanos e pessoas de várias etnias”, afirmou Johan Viljoen, diretor do instituto, ao Crux. “O objetivo dos ataques é expulsar as populações locais das suas terras. Esta não é uma guerra religiosa. Trata-se de acesso à riqueza mineral, petróleo e gás”, defende.

Embora 75 por cento da população de Moçambique seja cristã, em Cabo Delgado há uma ligeira maioria muçulmana. No entanto, as duas religiões têm coexistido em paz, e as tensões terão sido agravadas pela chegada de várias empresas petrolíferas multinacionais, que prometeram empregos e crescimento económico para a região, o que nunca se concretizou, aponta Viljoen.

“As autoridades não administraram bem a situação. A Total [empresa de energia francesa] disse que retomaria as operações assim que a área estiver estável e [os moradores deslocados] retornarem. Desesperadas pelo retorno total, as autoridades – apoiadas pelo presidente Ramaphosa, entre outros – vêm dizendo que o conflito acabou e que os deslocados internos devem retornar”, acrescenta.

Os líderes da Igreja Católica, por outro lado, consideram que a área ainda não é segura e que os deslocados internos devem ficar onde estão. “Recebemos relatos de que deslocados retornados foram atacados ao longo do caminho, ou mesmo nas suas aldeias de origem após o retorno”, refere o responsável pelo Denis Hurley Peace Institute.

Além disso, “os ataques estão a espalhar-se para o sul e oeste. Mesmo áreas que até recentemente eram consideradas estabilizadas pela Comunidade de Desenvolvimento da África Austral e tropas ruandesas – como Muidumbe e Macomia – agora estão a ser atacadas”, alertou.

 

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