Houve quem já comparasse a importância da assembleia sinodal da Igreja Católica, que na próxima quarta-feira, 4, se inicia em Roma, à que teve o II Concílio do Vaticano (1962-65): tal como então, estamos diante de uma assembleia magna que pretende traçar um diagnóstico do actual estado do catolicismo e apontar caminhos de futuro ao nível da comunhão, participação e missão (que é como quem diz, de toda a sua vida interna e da sua relação com a sociedade).
O tema do sínodo, a sinodalidade (o modo como a Igreja se coloca a si mesma como lugar de participação de todos os seus membros) pode parecer que fica restrito ao catolicismo. Mas isso é uma ilusão: ele tem tudo a ver com o mundo, como hoje as igrejas cristãs e as outras religiões entendem a sua presença na sociedade. Sendo a grande herança do pontificado de Francisco, o Sínodo marcará indelevelmente o futuro do catolicismo nas próximas décadas e, tendo em conta a sua relevância no panorama mundial, também o futuro das outras religiões.
Foi precisamente tendo em conta a importância deste acontecimento (que terá a sua segunda assembleia no próximo ano, com isso também dando mais um sinal do seu peso) que o 7MARGENS decidiu investir fortemente no acompanhamento do Sínodo, com um enviado especial a Roma. A decisão só é possível porque cada leitor(a) tem depositado em nós uma enorme confiança, dando a este jornal a marca de uma realização conjunta entre a equipa que o faz e os leitores que o apoiam, suportam, lêem, divulgam e financiam.
Estaremos em Roma para relatar o dia-a-dia do Sínodo, entrevistar protagonistas, dar a informação mais relevante, ouvir observadores, comentar os principais factos e acompanhar as novidades que se forem sucedendo. Mas, para lá disso, traremos também o encontro ecuménico de oração com jovens que prepara o sínodo, já no próximo sábado. E, de caminho, daremos conta do importante consistório que decorre também no próximo sábado – e que inclui a nomeação formal de um novo cardeal português, o bispo Américo Aguiar.
Tudo isto só é possível, repetimos, graças à confiança que os leitores têm depositado em nós e nós neles: ao fazermos este esforço, corremos um risco calculado, porque sabemos e esperamos que, entre quem nos lê, esse apoio não só continuará como se alargará.