Encontro de leitores em Guimarães

O 7MARGENS pode ajudar a salvar o jornalismo?

| 17 Set 2023

Aspeto de um dos momentos do encontro em Guimarães, com Joaquim Fidalgo em primeiro plano. Foto © 7MARGENS.

Aspeto de um dos momentos do encontro em Guimarães, com Joaquim Fidalgo em primeiro plano. Foto © 7MARGENS.

 

As pessoas dizem muito mal dos meios de comunicação e do jornalismo como um bem essencial e os jornalistas ainda dizem pior do jornalismo. Mas o que se pode fazer para melhorar este estado de coisas? E porque se faz tão pouco para salvar o jornalismo?

O diagnóstico e as perguntas foram alguns dos pontos de partida do encontro de leitores e colaboradores do 7MARGENS que decorreu em Guimarães, no final de tarde e noite de sexta-feira passada, dia 15 – o primeiro de dois, já que no próximo sábado decorrerá um segundo encontro em Lisboa, para a metade Sul do país. 

Com a participação de 51 pessoas, o encontro contou com uma intervenção do jornalista Joaquim Fidalgo, que integrou a primeira direcção do Público e foi também professor na Universidade do Minho. Cronista do 7MARGENS, Joaquim Fidalgo acrescentou que um dos caminhos será ter notícias acerca do que nos interessa enquanto leitores. E recordou alguns factos actuais: os telejornais têm grande audiência; no meio do presente deserto informativo há muita comunicação entre as pessoas, através dos telemóveis; o modelo de negócio baseado na publicidade chegou ao fim e o modelo de consumo e de produção e circulação da informação também já é outro – há “um problema grave de sobrevivência dos média”, admitiu o jornalista. 

Neste quadro, cabe também uma referência às redes sociais e ao seu interesse. “Só quem tem outras formas de se fazer ouvir nos media tradicionais é que não gosta das redes sociais”, afirmou, destacando a “oportunidade” que as redes constituem: “O que se venha a fazer será diferente e não vai voltar atrás”.

Nos comentários e reacções dos participantes, houve referências à “credibilidade” do 7MARGENS, à dimensão “afectiva” que a comunicação também comporta e a recusa absoluta da censura. Também o poder do digital e a inteligência artificial foram referidos como factores de mudança. 

O que já é bom e o que falta

Aspeto de um dos momentos do encontro de leitores em Guimarães. Foto © 7MARGENS.

Aspeto de um dos momentos do encontro de leitores em Guimarães. Foto © 7MARGENS.

 

Numa segunda parte do debate, já mais centrada no que o 7MARGENS pode fazer para melhorar, apontaram-se caminhos diferenciados: a eventual edição em papel de alguns dos dossiês temáticos; a valorização das entrevistas, do podcast e dos vídeos; a maior frequência de editoriais da Redacção; o alargamento do número de jovens a contribuir com textos de opinião – com o espaço de opinião a ser destacado como plural e diferenciado; a prioridade à explicação da notícia em vez da rapidez da publicação; o alargamento do noticiário local ou de temáticas ou expressões religiosas minoritárias, nem sempre muito presentes. 

A independência em relação a grupos de pressão dentro da Igreja Católica ou em relação a qualquer igreja foi igualmente destacada como fundamental – a missão do 7MARGENS deve ser informar em liberdade, sublinharam vários participantes. Outras vozes sublinharam ainda a importância do que se publica e que não aparece em outros meios de informação, bem como a qualidade da escrita e as vozes diferenciadas que o 7MARGENS publica. 

Jorge Wemans, um dos editores do jornal, encerrou a sessão destacando a importância do encontro para o conhecimento mútuo entre quem faz e quem lê o 7MARGENS, bem como para entender as sensibilidades dos leitores sobre o trabalho que vamos fazendo. E sublinhou que a percepção do interesse dos leitores tem levado a equipa a tomar decisões: por exemplo, o interesse manifestado por muitos logo na fase inicial do Sínodo católico levou-nos a decidir ter um jornalista a acompanhar a próxima assembleia sinodal em Roma, o que acontecerá a partir do final deste mês. O mesmo já acontecera há um ano com a assembleia do Conselho Mundial de Igrejas e com o encontro d’A Economia de Francisco – iniciativas nas quais o 7MARGENS foi, aliás, o único meio de comunicação português presente. 

No próximo sábado, o encontro de Lisboa, entre as 11h e as 17h30 no auditório da igreja do Sagrado Coração de Jesus (R. Camilo Castelo Branco, ao Marquês de Pombal), contará com uma intervenção inicial do historiador António Matos Ferreira. Na parte da tarde, haverá um novo debate sobre expectativas e sugestões em relação ao trabalho futuro do 7MARGENS. 

Apenas por uma questão de organização logística, as pessoas interessadas em participar são convidadas a levar comida para um almoço partilhado e a registar a sua inscrição num formulário disponível neste endereço: https://docs.google.com/forms/d/e/1FAIpQLSfY7WfZwjDFi56V1GQOQ12-KdipsjMp1xA8qVzVdktD9eKKzw/viewform

 

 

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