Antissemitismo governamental aumenta

O apelo do ex-rabino-chefe de Moscovo aos judeus: “Deixem a Rússia enquanto é tempo”

| 6 Jan 2023

pinchas GOLDSCHMIDT, foto conferencia europeia de rabinos

Exilado desde julho em Jerusalém, Pinchas Goldschmidt considera que “há antissemitismo em todos os lugares”, mas “existe uma grande diferença entre o que está a acontecer no Ocidente e o que está a acontecer na Rússia”. Foto © Conferência Europeia de Rabinos.

 

Na última semana, o ex-rabino-chefe de Moscovo, Pinchas Goldschmidt, deu duas entrevistas a média internacionais. Em ambas, fez o mesmo apelo aos judeus que ainda se encontram na Rússia: que “deixem o país enquanto é tempo”, porque existe “um aumento do antissemitismo governamental”.

“Tenho observado, no último mês, uma mudança, uma grande mudança, nos rumos que o país tomou. O país passou de autoritário a mais totalitário. E a Cortina de Ferro, que subiu no fim da União Soviética, está a cair e a abaixar-se diariamente. O antissemitismo está de volta”, afirmou o rabino em declarações à cadeia canadiana CBC Radio nesta quarta-feira, 4 de janeiro.

Exilado desde julho em Jerusalém depois de se ter recusado a apoiar a invasão russa da Ucrânia, Pinchas Goldschmidt considera que “há antissemitismo em todos os lugares”, mas “existe uma grande diferença entre o que está a acontecer no Ocidente e o que está a acontecer na Rússia”. “Vimos o governo a tentar fechar a Agência Judaica, que tem sido uma das organizações mais importantes na ajuda a judeus russos com a educação informal e também com a imigração”, exemplificou. “Em segundo lugar, houve um ataque do Conselho de Segurança Nacional contra a Chabad, que é uma importante organização judaica na Rússia”. acrescentou, para concluir que, na Rússia, “estamos a assistir ao retorno do antissemitismo como política de governo”.

Goldschmidt, que é atualmente Presidente da Conferência Europeia de Rabinos, tinha já referido ao jornal britânico The Guardian, no dia 30 de dezembro, que “quando olhamos para a história da Rússia, sempre que o sistema político esteve em perigo, vimos o governo a tentar redirecionar a raiva e o descontentamento das massas para a comunidade judaica. Vimos isso nos tempos czaristas e no fim do regime estalinista”, afirmou.

“Passo a passo, a Cortina de Ferro está a voltar novamente. É por isso que acredito que a melhor opção para os judeus russos é partir”, sublinhou o rabino. Goldschmidt estima que, desde que a Rússia invadiu a Ucrânia em fevereiro passado, entre 25 e 30 por cento dos 165 mil judeus do país tenham fugido ou planeiem fazê-lo.

À CBC Radio, referiu no entanto que já “é extremamente difícil para os judeus na Rússia deixar o país para ir para o Ocidente. Para sair, é difícil conseguir um visto. É difícil voar. É preciso voar através de um terceiro país. E tornou-se cada vez mais difícil obter vistos para cidadãos russos nos países ocidentais”.

Questionado sobre se teme que as vidas dos judeus que permaneçam na Rússia estejam em risco, o rabino responde que “não iria tão longe”, mas assume-se “preocupado com o facto de que talvez daqui a meio ano eles já não possam mesmo deixar o país”.

 

Chicotadas, choques elétricos, violações: as crianças do Irão continuam a ser torturadas

Amnistia Internacional denuncia

Chicotadas, choques elétricos, violações: as crianças do Irão continuam a ser torturadas novidade

Os serviços secretos e as forças de segurança do Irão têm cometido atos de tortura, como espancamentos, chicotadas, choques elétricos, violações e outros tipos de violência sexual contra manifestantes de apenas 12 anos, para repreender o seu envolvimento nos protestos em todo o país, denuncia a Amnistia Internacional (AI), assinalando seis meses da revolta popular sem precedentes no Irão, despoletada pela morte sob custódia da jovem Mahsa Amini.

Apoie o 7MARGENS e desconte o seu donativo no IRS ou no IRC

Breves

 

Braga

Concluídas obras de reabilitação na Igreja do Mosteiro de Tibães

Está concluída a intervenção de reabilitação das coberturas e tratamento das fachadas da capela-mor da Igreja do Mosteiro de Tibães, em Braga, que teve como objetivo principal eliminar as infiltrações que ameaçavam “o magnífico espólio que se encontra no seu interior”, anunciou esta segunda-feira, 20 de março, a Direção Regional de Cultura do Norte (DRCN).

A esposa de um padre ortodoxo que é cúmplice de Putin na deportação de crianças

Maria Lvova-Belova

A esposa de um padre ortodoxo que é cúmplice de Putin na deportação de crianças novidade

Tem um ar angelical, cultiva uma imagem de benfeitora, é casada com um padre ortodoxo, tem cinco filhos biológicos e é mãe adotiva ou tutora legal de outras 18 crianças, e trabalha desde 2021 como comissária presidencial para os Direitos das Crianças na Federação Russa. No entanto, juntamente com Vladimir Putin, que a nomeou para o cargo quatro meses antes do início da guerra, Maria Lvova-Belova é acusada pelo Tribunal Penal Internacional (TPI) de deportar crianças ucranianas para a Rússia: um crime de guerra que nenhum deles encara como tal, antes pelo contrário.

“No Armário do Vaticano”: uma leitura desconcertante

“No Armário do Vaticano”: uma leitura desconcertante novidade

Embora tenha sido publicado em Portugal em 2019, só agora me atrevi a ler o famoso livro No Armário do Vaticano, escrito pelo jornalista francês Frédéric Martel, que levou por diante uma intensa investigação sobre homossexualidade e poder no interior e nas franjas do Vaticano. O livro deixou-me estupefacto! (Opinião de Jorge Paulo)

Agenda

Fale connosco

Autores

 

Pin It on Pinterest

Share This