
Manifestação pela paz na Colômbia: desde 1968 que a Igreja Católica marca o início do ano com uma mensagem do Papa sobre a paz. Foto © Marcelo Schneider/WCC-CMI
As mensagens dos Papas para o Dia Mundial da Paz é o tema da intervenção do padre Peter Stilwell neste sábado, 3 de Dezembro (Capela do Rato, em Lisboa, 19h), numa iniciativa da comunidade da capela integrada nas celebrações dos 50 anos da vigília de oração pela paz que teve lugar naquele lugar, quando um grupo de católicos quis permanecer em oração durante 48 horas, em reflexão sobre a paz e contra a guerra colonial.
A vigília de 1972 procurou responder à mensagem do Papa Paulo VI para 1 de Janeiro de 1973, com o título “A Paz é possível” – o sexto Dia Mundial da Paz (DMP) desde a sua instituição em 1968. Desde então, as mensagens para o DMP – diz uma nota da Capela do Rato e da Comunidade de Sant’Egídio, que se associa à iniciativa – têm consistido em “desafios proféticos à consciência e à acção dos cristãos, bem como sérias interpelações às decisões políticas dos governantes”.
Temas como os direitos humanos, a educação para a paz, a fraternidade, a justiça, a reconciliação e a não-violência marcaram já as mensagens dos diferentes dias mundiais. Como também a liberdade, o diálogo inter-cultural e inter-religioso, o desenvolvimento, o cuidado com a criação, o combate à pobreza ou o papel dos jovens e das mulheres. E ainda a liberdade de consciência e de religião, o respeito pela dignidade humana, o problema dos refugiados, a escravatura contemporânea e o papel da política. (No portal do Vaticano podem encontrar-se todas as mensagens agrupadas por cada um dos papas, mas tendo em conta o ataque informático, é impossível listar as ligações digitais para esses textos.)
A intervenção de Peter Stilwell – que coordenou a edição do livro Caminhos da Justiça e da Paz, que reúne os principais textos do pensamento social católico contemporâneo – procurará, assim, fazer uma leitura dos textos que, desde a instauração do Dia Mundial até hoje, com o Papa Francisco, tem pontuado a intervenção dos papas sobre a questão da construção da paz.
No final do encontro, será celebrada a oração de vésperas do II Domingo do Advento. Antes da conferência, às 18h, a Comunidade de Sant’Egídio promove a sua oração mensal pela paz e pelos pobres (normalmente, no primeiro sábado de cada mês, sempre na Capela do Rato, em Lisboa). “Sendo a guerra a ‘mãe de todas as pobrezas’, destruindo o futuro de povos inteiros, para Sant’Egídio, a guerra e a pobreza estão intimamente relacionadas. Além dos civis, que são as primeiras vítimas da guerra, ficando muitas vezes dispersos e até presos em lados opostos, dentre os civis, os mais pobres são sempre os mais afetados: encontrando-se totalmente indefesos diante de tanta violência”, diz a Comunidade num texto sobre o tema.
Todas as iniciativas são de participação livre e aberta.