
Observatório do Vaticano. Foto © H. Raab, via Wikimedia Commons
É já a partir da próxima quinta-feira, 3 de agosto, que o Observatório do Vaticano – um dos mais antigos e ativos observatórios astronómicos do mundo – reabre ao público, para uma série de visitas guiadas em colaboração com os Museus Vaticanos. Amostras de rochas lunares e meteoritos, textos raros, obras de arte inspiradas na astronomia, e os históricos (e ainda a funcionar) telescópios “Carte du Ciel e Schmidt” são algumas das peças que estarão em exposição ao longo do verão.
As visitas, que já podem ser agendadas no site dos Museus Vaticanos, terão a duração estimada de uma hora, e serão conduzidas por peritos em astronomia, selecionados e treinados por estudiosos do próprio Observatório do Vaticano.
Nas paredes, será possível apreciar numerosas gigantografias, que testemunham a passagem dos Papas por aquele espaço. É o caso da foto tirada, em 20 de julho de 1969, ao Papa Paulo VI enquanto observava a Lua do telescópio, algumas horas antes da aterragem da Apollo 11.
O Observatório do Vaticano ou Specola Vaticana é um instituto de pesquisas científicas, que depende diretamente da Santa Sé. As suas origens remontam ao final do século XVI, altura em que o Papa Gregório XIII convidou os astrónomos e matemáticos Jesuítas do Colégio Romano para preparar a reforma do Calendário Gregoriano, promulgado em 1582, em substituição do Calendário Juliano.
O Observatório funcionou no Vaticano por pouco mais de 40 anos. No início de 1930, porém, o crescimento urbano e o aumento da luz elétrica em Roma tornaram o céu da cidade muito claro, o que tornou impossível para os astrónomos estudar as estrelas menos luminosas. Por isso, Pio XI determinou a mudança do Observatório para sua residência de verão, em Castel Gandolfo.
Em 1981, foi fundado um segundo centro de pesquisa em Tucson, no Arizona, denominado Vatican Observatory Research Group (Grupo de Pesquisa do Observatório do Vaticano). Dois anos depois, este Observatório, em colaboração com o Observatório Steward, concluiu a construção do Telescópio Vaticano com Tecnologia Avançada (VATT, na sigla inglesa), no Monte Graham, Arizona.
Hoje, o Observatório do Vaticano colabora com inúmeros institutos astronómicos internacionais e é membro da União Astronómica Internacional (IAU) e do Centro Internacional de Astrofísica Relativística (ICRA). Desde 1986, o Observatório Astronómico do Vaticano organiza, em Castel Gandolfo, escolas de astronomia, durante o período de verão.