
A Cáritas e outras organizações defendem um apoio organizado aos refugiados ucranianos. Foto © Caritas International
A presidente da Cáritas Portuguesa, Rita Valadas, alertou para a “descoordenação” que pode existir na “avalanche solidária” de resposta à guerra na Ucrânia, apelando a um trabalho em rede. “Esse é o esforço que a Cáritas faz: que esta explosão solidária que aconteceu não seja desperdiçada, sem chegar a quem mais precisa”, assinalou a responsável, em entrevista à Ecclesia a respeito da Semana Nacional da Cáritas, que decorre desde domingo.
Segundo Rita Valadas, existe “uma certa descoordenação” nas várias iniciativas de quem, a título pessoal ou coletivo, “se coloca a caminho, para a Polónia, a Moldávia, para deixar ficar bens e trazer pessoas”. “Chamo a atenção para que, quando tiverem essas iniciativas, o façam apenas com alguém para os receber”, realça.
O responsável das emergências da Caritas Internationalis, John Coughlin, também defende uma maior coordenação no envio de ajudas para a Ucrânia, investindo na proximidade com os deslocados e os responsáveis locais. “Para nós, a maneira mais eficaz é ajudar as pessoas, ajudar a Cáritas através de donativos em numerário. É muito mais difícil responder às necessidades das pessoas quando já temos bens, que até podem não responder às necessidades que as pessoas expressam”, disse John Coughlin em entrevista à Ecclesia e Rádio Renascença.
A Cáritas Portuguesa lançou uma campanha de angariação de fundos para apoiar a Ucrânia, que decorre até 30 de março, e que, num segundo momento, vai ajudar os refugiados que saíram para outros países.
A ajuda para a população refugiada ucraniana tem vários pontos de intervenção, para além do envio de bens ou donativos para o terreno. Desde logo, porque começam a chegar centenas de refugiados a Portugal e é preciso apoiar estas pessoas também com bens e géneros aqui no nosso país.
Neste sentido, o Governo português criou a plataforma Portugal for Ukraine, onde é possível não apenas pessoas que procurem abrigo no nosso país encontrarem informação e pedirem esse apoio, como também os portugueses que desejem ajudar o podem fazer ali, inscrevendo-se na plataforma.
Além disso, também a iniciativa We Help Ukraine tem desenvolvido muitos esforços no sentido de congregar e orientar todas as pessoas que queiram ajudar, assim como todos os refugiados que pretendam deslocar-se até Portugal.
Também o Serviço Jesuíta aos Refugiados, com a sua congénere internacional, tem estado desde o início a procurar organizar o acolhimento de refugiados e o apoio no terreno, nomeadamente através da PAR, Plataforma de Apoio aos Refugiados, que já está em ação em Portugal há vários anos.
Para auxiliar em todo o processo de atribuição de visto temporário, o Governo português disponibilizou ainda a seguinte ligação com informação útil a todos os refugiados: https://eportugal.gov.pt/en/ucrania-informacoes-e-apoios-disponiveis-em-portugal