
Tomada de posse de Daniel Ortega, em 2012. Foto © Cancillería Ecuador, CC BY-SA 2.0, via Wikimedia Commons.
O regime nicaraguense de Daniel Ortega acaba de ordenar o encerramento de mais 25 organizações não governamentais (ONG), incluindo a Fundação Luisa Mercado, dirigida pelo escritor nicaraguense exilado na Espanha, Sergio Ramírez Mercado, informou segunda-feira, 18, o poder legislativo do país.
Ramírez foi vice-presidente da Nicarágua durante o primeiro regime sandinista (1979-1990), que também foi chefiado pelo atual presidente, de quem se distanciou em 1995, quando fundou o Movimento Sandinista Renovador (MRS), cisão do Movimento Nacional Sandinista Frente de Libertação (FSLN).
O regime ditatorial de Daniel Ortega também ordenou o encerramento da Associação para o Desenvolvimento de Solentiname, fundada em 1982 pelo falecido poeta nicaraguense Ernesto Cardenal (1925-2020).
Cardenal, que era ministro da Cultura, passou de símbolo da revolução sandinista a um “perseguido político”, como ele mesmo declarou, de Ortega e sua esposa, a vice-presidente Rosario Murillo, com quem entrou em confronto, nos últimos anos da sua vida.
As outras organizações agora canceladas são nicaraguenses, ligadas aos direitos humanos, educação e formação, apoio social e à infância, entre outras.
Segundo o site Infobae, que dá a notícia, na Nicarágua, pelo menos 112 ONGs nicaraguenses foram banidas desde dezembro de 2018, meses depois de uma revolta popular contra uma nova lei de segurança social.