
Remigiose Inchananiyil, o bispo de Thamarassery, no sul da Índia, acusado de encobrir o padre. Foto: dioceseofthamarassery.org
O caso tem cinco anos, mas só agora veio para a praça pública: um padre teve relações com uma freira; o filho que deles nasceu foi encaminhado para um orfanato; o pai arrependeu-se e, depois de um ano de suspensão, foi reintegrado no exercício ministerial e a religiosa foi posta na rua.
A notícia foi difundida há dias pela UCANews (União Católica Asiática de Notícias): uma associação de leigos está a desenvolver uma campanha através das redes digitais para que Remigiose Inchananiyil, o bispo da diocese de Thamarassery, no sul da Índia, se demita, acusando-o de ter autorizado a continuação do ministério de um padre que ali trabalhava, apesar de ter sido pai de uma criança. O assunto já chegou ao Vaticano.
Representantes da diocese consideram que o grupo contestatário tem interesses pessoais no caso, ocorrido há cerca de cinco anos. Contestam particularmente que tenha havido encobrimento, notando que o padre, depois do acontecido, manifestou arrependimento e só foi autorizado a continuar a exercer o sacerdócio depois de cumprida a pena de um ano de suspensão.
Em declarações recolhidas pela UCANews, o chanceler da diocese esclareceu: “A diocese não o reduziu ao estado laical uma vez que ele manifestou profundo remorso pelo seu pecado e ambos se manifestaram indisponíveis para casar e organizar a vida juntos.”
Os leigos dizem ter provas de que o bispo negociou com o padre a atribuição de uma soma de 2,5 milhões de rupias (cerca de 27.900 euros) à religiosa que, mais tarde, acabou por casar com outro homem, vivendo fora da diocese de Kerala.
No meio de tudo isto, fica a questão da criança que, tendo pais e tendo direito a tê-los a seu lado, foi mandada para um orfanato. A notícia da UCANews não informa sobre o modo como a Igreja acautelou os superiores interesses deste ser humano indefeso.