
O sacerdote, de 57 anos, tinha atualmente a seu cargo a paróquia de Santiago de Rio de Moinhos, em Borba. Foto: Direitos reservados.
O padre José António Gonçalves, encontrado morto na barragem de Vilarinho das Furnas (Gerês) na passada segunda-feira, 21 de fevereiro, foi alvo, nesse mesmo dia, de uma queixa por assédio a um adulto vulnerável. O caso, apresentado pela família da alegada vítima ao arcebispo de Évora, teria acontecido “há sete, oito anos”, adiantou um responsável do Departamento de Comunicação daquela diocese ao 7MARGENS.
De acordo com a mesma fonte, “no dia da morte, à tarde, o senhor arcebispo recebeu de facto uma família que veio apresentar uma queixa por suposto assédio por parte do padre José António a uma pessoa adulta vulnerável. Esse assédio terá sido feito online, através das redes sociais e dos meios de comunicação pessoais”.
A situação ter-se-á prolongado durante algum tempo, mas depois de ter sido descoberta pela família terá ocorrido “um afastamento” da vítima e o caso terá cessado.
Na sequência da queixa, o arcebispo de Évora, Francisco Senra Coelho, “convocou de imediato uma reunião da comissão diocesana para o dia seguinte, mas ela não chegou a acontecer, porque durante a noite soubemos do falecimento do padre”, acrescenta o departamento de comunicação da arquidiocese.
Até então, “o padre José António não tinha nenhuma queixa nem denúncia que constassem dos arquivos diocesanos, nem, tanto quanto sabemos, o seu nome surgiu nas queixas efetuadas à Comissão Independente”, acrescenta a fonte citada.
O padre, de 57 anos, tinha atualmente a seu cargo a paróquia de Santiago de Rio de Moinhos, em Borba, e estaria a passar uns dias no Norte do país, de onde era natural.
José António Gonçalves foi também pároco em outras paróquias da arquidiocese, nomeadamente Cano, Santa Vitória do Ameixial, São Bento do Ameixial, Samora Correia, Santo Estêvão, Azervadinha, Rebocho, Biscainho, Branca, Alcácer do Sal, Santa Catarina de Sítimos, Santa Susana, São Cristóvão e Elvas, e professor de Latim no Instituto Superior de Teologia de Évora.
Em Samora Correia, desempenhou funções na direção da Fundação Padre Tobias, onde se destacou pelo seu trabalho impulsionador do lar de idosos.
O padre nasceu a 28 de março de 1965 e foi ordenado a 2 de julho de 1989, na arquidiocese de Évora.