Papa apoia resolução de cessar fogo da ONU e pede que esta seja “eficaz e rápida”

Um soldado “capacete azul” da Missão Multidimensional Integrada para Estabilização das Nações Unidas do Mali, em patrulha na cidade de Timbuktu. Foto: ONU/Harandane Dicko
O Papa manifestou este domingo, 5 de julho, o seu total apoio à resolução adotada pelo Conselho de Segurança da ONU de um cessar-fogo global pelo período de 90 dias, tendo em vista facilitar a luta contra a pandemia de covid-19. Francisco pediu que a decisão seja posta em prática de forma rápida e eficaz e que este seja o início do caminho em direção à paz no mundo, avançou o Vatican News.
“É louvável o pedido de um cessar-fogo global e imediato, que permitiria a paz e a segurança indispensáveis para fornecer a assistência humanitária tão urgentemente necessária”, afirmou o Papa no final da oração do Angelus. “Espero que tal decisão venha a ser implementada de maneira eficaz e rápida para o bem de tantas pessoas que estão a sofrer.” Francisco acrescentou ainda que espera também que esta resolução “possa ser um primeiro passo corajoso para um futuro de paz”.
A resolução foi aprovada por unanimidade no Conselho de Segurança da ONU na passada quarta-feira, 1 de julho, após três meses de negociações, e visa apoiar o apelo feito a 23 de março pelo secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres.
Este apelo tem vindo a reunir inúmeros apoios, entre os quais o do Papa e de quase 180 países e mais de 20 grupos armados, mas Guterres lamentou, antes da aprovação da resolução, a “falta de atos concretos para acabar com as hostilidades”.
Ao longo dos últimos meses, a resolução do Conselho de Segurança terá sido alvo do bloqueio por parte da China e dos Estados Unidos, uma vez que os dois países (que são dois dos cinco membros permanentes e que têm direito de veto) divergiam sobre o destaque a ser dado à Organização Mundial da Saúde (OMS) no documento.
O documento, considerado a primeira posição oficial do Conselho de Segurança da ONU relacionada com a pandemia, pede agora “uma pausa humanitária de pelo menos 90 dias consecutivos” para facilitar a assistência internacional às populações, com exceção da luta contra os grupos “jihadistas”.
A organização católica Pax Christi International divulgou entretanto uma carta aberta apelando ao “desarmamento humanitário”, tendo em vista “um mundo melhor pós-pandemia”. Apoiada por mais de 150 instituições de diversas áreas a nível mundial, a carta defende que “o dinheiro investido em armas inaceitáveis seria melhor gasto com objetivos humanitários” e pode ainda ser assinada no site da ONG.
Também a Comissão Justiça e Paz da Conferência Episcopal Suíça (CES) manifestou, no passado dia 2 de julho, ser contra o aumento de exportações de armas do país, apoiando a chamada “iniciativa de retificação”. De acordo com os bispos, as exportações de armas deverão deixar de ser regulamentadas por portarias do governo, e passar a ser determinadas pela Constituição e legislação, o que permitiria ao Parlamento e aos cidadãos, por referendo, expressar a sua opinião e garantiria uma maior transparência.
[related_posts_by_tax format=”thumbnails” image_size=”medium” posts_per_page=”3″ title=”Artigos relacionados” exclude_terms=”49,193,194″]

Abraço a pais em luto à saída
Papa saiu do hospital e estará na missa de Ramos, onde rezará pelas vítimas da guerra novidade
O Papa presidirá, no Vaticano, à Missa do Domingo de Ramos, que marca o início da Semana Santa, depois de ter recebido alta neste sábado, do Hospital Gemelli, onde esteve internado desde quarta-feira.
Apoie o 7MARGENS e desconte o seu donativo no IRS ou no IRC
Breves
Pelo seu aniversário natalício
Patriarcado publica testamento espiritual do bispo Daniel Henriques
O Patriarcado de Lisboa publicou esta quinta-feira, 30 de março, o testamento espiritual do bispo auxiliar de Lisboa, Daniel Henriques, que morreu no passado mês de novembro. O texto, divulgado no dia em que completaria 57 anos sobre o seu nascimento, revela que o bispo encarou o cancro que o vitimou como “uma nova missão”.
Em Alcobaça
II Congresso Eunoia reúne organizações sociais evangélicas
Realiza-se este sábado, 25 de março, o II Congresso Eunoia, a Federação Social Cristã Evangélica que congrega as organizações cristãs evangélicas da área social em Portugal. A reunião vai decorrer das 10h às 17h, na Fundação Vida Nova, em Alcobaça.
Em Lisboa
Servas de N. Sra. de Fátima dinamizam “Conversas JMJ”
O Luiza Andaluz Centro de Conhecimento, ligado á congregação das Servas de Nossa Senhora de Fátima, acolhe na próxima quinta-feira, 30 de março, a primeira de três sessões do ciclo de “Conversas JMJ”. Esta primeira conversa, que decorrerá na Casa de São Mamede, em Lisboa, pelas 21h30, tem como título “Maria – mulheres de hoje” e será dedicada ao papel da mulher na sociedade atual.
Debate dia 22 no Porto
Ponto SJ assinala cinco anos a “habitar a tensão”
O Ponto SJ, portal dos jesuítas em Portugal, assinala os cinco anos sobre a sua criação com um debate no Porto sobre a polarização no espaço público e eclesial. A iniciativa decorre no Hotel M.OU.CO, no Porto, a partir das 18h30. “Habitar a tensão” é o novo lema do portal.
Juntando-se a apelo do bispo
Pastoral Social dos Açores apela a ajuda para famílias carenciadas
O Serviço Diocesano dos Açores para a Pastoral Social divulgou esta segunda-feira, 20 de março, a sua Mensagem Pascal, dando eco ao apelo lançado pelo bispo de Angra, Armando Domingues, para que as comunidades eclesiais se organizem e ajudem as famílias mais carenciadas da região.
Inscreva-se aqui
e receba as nossas notícias
Boas notícias

Depois do cessar-fogo em 2022
Partes em conflito no Iémen aceitam troca de prisioneiros
O processo de paz no Iémen está no seu caminho. Naquele que há um ano era considerado o país com a mais grave emergência humanitária do planeta, o cessar-fogo de abril de 2022 foi seguido, esta segunda-feira, 20 de março, por um novo acordo com vista à libertação de 887 prisioneiros, de ambos os lados do conflito.
É notícia
Entre margens
Francisco, dez anos: tempos de mudança novidade
Ocorreu no passado dia treze de março, o décimo aniversário da eleição do Papa Francisco, para ocupar a “cadeira de Pedro”, após o Papa Bento XVI ter abdicado inesperadamente, em 28 de fevereiro de 2013. (Opinião de Florentino Beirão).
Zero penitentes
Para nenhum penitente aconteceu essa confissão auricular, nas vésperas do último Natal, numa diocese do norte do país. Por duas horas, três párocos sentaram-se nos respectivos confessionários, de modelo tradicional. Durante esse tempo, nenhum penitente para ali dirigiu os passos. Ninguém se levantou nem se ajoelhou. Ninguém pediu perdão. (Opinião de Manuel Villas Boas)
A situação de Ronaldo e o problema de todos nós
Não quero ser ousada ao referir que Cristiano Ronaldo tem um problema. Mas a sua situação sobre o eventual fim de carreira relembra-me que todos nós temos o problema de saber quando terminar bem. Terminar algo que nos deu satisfação ou algo que é a concretização dos nossos sonhos pode ser difícil. (Opinião de Débora Hossi)
Cultura e artes
Cinema
Um lamento de sangue e beleza
Toda a Beleza e a Carnificina é um documentário de 2022 da realizadora Laura Poitras, que nos leva a percorrer vários períodos da vida e obra da fotógrafa Nan Goldin (1953). (Crítica de Sara Leão).
Cinema
“A Baleia”: o peso, a culpa e a possibilidade de redenção
A Baleia não é um filme sobre obesidade mórbida. É um filme sobre o peso e como ele pode ser mortal. O peso da culpa, o peso dos erros, o peso da consciência. É também um filme sobre a expiação da culpa, sobre a tentativa e a possibilidade de redenção. (Crítica de Clara Almeida Santos)
“um dia, quando cresceres, vais perceber”
Hoje, escrevo sobre um filme belo de certa maneira, de quando ainda se telefonava numa cabine telefónica e as férias e divertimentos, apesar de tudo, eram mais vagarosos. Tão estranho aos ritmos de hoje. É um filme que vale a pena ver, mesmo se nos deixa pendurados a pensar naquela porta que vai e vem… (Crítica de Manuel Mendes)
Diálogo místico de Frei Carlos Antunes
“Oh noite que guiaste!” – uma leitura para a Quaresma
Carlos Maria Antunes, monge cisterciense no Mosteiro do Sobrado na Galiza, brinda-nos com o seu quarto livro. Já havia publicado Atravessar a Própria Solidão (2011) e Só o Pobre se faz Pão (2013) ambos nas edições Paulinas, e um outro Jesus, uma Boa Notícia, em colaboração com Gustavo Sousa Cabral (Fundamentos, 2014).
Sete Partidas
Nós (alguns apontamentos sobre o Relatório)
Não será já, mas chegará, assim o espero, o momento de nos olharmos ao espelho – Igreja instituição e Igreja Povo de Deus – e dizermos com toda a verdade: isto somos nós. Podemos não gostar, mas é isto que somos.
Aquele que habita os céus sorri
da solidão e do silêncio ergue-se a companhia e a palavra novidade
Breve comentário do p. António Pedro Monteiro aos textos bíblicos lidos em comunidade, no Domingo de Ramos A. Hospital de Santa Marta, Lisboa, 1 de Abril de 2023.
Agenda
[ai1ec view=”agenda” events_limit=”3″]