
O cardeal Pedro Barreto e o bispo Eugenio Coter, da presidência da CEAMA, com o papa Francisco em setembro de 2022, aquando da entrega da proposta de estatutos do organismo. Foto © Vatican Media.
Há quem diga que se trata do “fruto mais visível e também profético do Sínodo da Amazónia”, não apenas na América Latina, mas para toda a Igreja: a Conferência Eclesial da Amazónia (CEAMA) foi esta quinta-feira, 20, reconhecida formal e canonicamente pelo Papa Francisco, que aprovou os seus estatutos.
A CEAMA nasceu em junho de 2020, oito meses após a celebração do Sínodo, durante o qual havia sido reconhecida “a necessidade de criar um organismo episcopal que contribuísse para realizar um plano pastoral de conjunto para a região amazónica”. Os seus documentos estatutários haviam sido entregues há pouco mais de um mês, a 2 de setembro, e foram aprovados sem quaisquer alterações.
O vice-presidente da CEAMA, Mauricio López, sublinha que estes estatutos constituem um “instrumento necessário para continuar a avançar na missão no território Amazónico, com os seus povos e a Igreja que ali peregrina”. E recorda a forma carinhosa como o Papa Francisco, ao recebê-los no início do mês passado, descreveu a CEAMA: “uma pequena planta, recém-nascida, que precisa de tempo, cuidado, atenção, mas ao mesmo tempo não se pode colocar um bastão para tentar forçá-la numa direção específica de crescimento, e sim precisa de avançar, e este avanço terá sucessos, terá erros, mas é necessário avançar”.
Em declarações ao Vatican News, Mauricio López destaca que o importante é que “o Papa Francisco acredita no processo do Sínodo Amazónico, acredita nos frutos do discernimento da Igreja em peregrinação neste território, e a partir daí está a dar-nos as ferramentas necessárias para avançarmos”. Ele não hesita em afirmar que “a CEAMA é um meio, não é um fim, é um meio para levar adiante alguns dos desafios discernidos e frutos do Sínodo que exigem uma visão mais estrutural ou a longo prazo, e que nos chamam a uma perspectiva futura em complementaridade e subsidiariedade com a REPAM [Rede Eclesial Pan-Amazónica] e os muitos organismos que trabalham para tecer a vida neste território”.
Acima de tudo, conclui o vice-presidente da CEAMA, “sentimos O seu profundo amor por este território e pela sinodalidade que é um trabalho em andamento”.