O Papa Francisco continua a colocar as questões da violência doméstica na ordem do dia.
O Papa apelou neste domingo ao fim da violência em Jerusalém, manifestando “particular preocupação” pelos confrontos registados na cidade nos últimos dias. “Rezo para que [Jerusalém] seja um lugar de encontro e não de confrontos violentos, lugar de oração e de paz”, disse Francisco, desde a janela do apartamento pontifício, após a recitação da oração do Regina Caeli.
Francisco convidou israelitas e palestinos a “procurar soluções partilhadas, para que a identidade multirreligiosa e multicultural da cidade santa seja respeitada e a fraternidade possa prevalecer”. “A violência gera apenas violência. Basta de confrontos”, apelou, citado pela Ecclesia.
Pelo menos 208 palestinos e seis polícias israelitas ficaram feridos na sexta-feira, em Jerusalém, a maioria na Esplanada das Mesquitas, onde muçulmanos se reuniam para a última sexta-feira do mês de jejum do Ramadão.
O Papa referiu-se ainda às vítimas do atentado terrorista deste sábado na capital do Afeganistão, junto a uma escola na zona ocidental de Cabul, que provocou pelo menos 25 mortos, muitos deles jovens estudantes, e 50 feridos.
“Uma acção desumana, que atingiu tantas crianças que saíam da escola”, referiu Francisco. “Rezemos por cada uma delas e pelas suas famílias. Que Deus dê paz ao Afeganistão”, acrescentou.
Na sua alocução dominical, o Papa recordou ainda as vítimas de violência doméstica, afirmando que a prepotência humana conduz a uma “degeneração do amor” e a abusar dos outros. “Penso no amor doentio que se transforma em violência – e quantas mulheres são vítimas da violência, hoje. Isto não é amor”, declarou.
Para os cristãos, que devem amar “não com palavras, mas com acções”, isso implica “amar como Cristo ama”, bem como “colocar-se sempre ao serviço, ao serviço dos irmãos, como Ele fez ao lavar os pés aos discípulos” e “sair de si mesmo, para se desapegar das próprias certezas humanas, das comodidades mundanas, para se abrir aos outros, especialmente daqueles que mais precisam”.
Ao mesmo tempo, o Papa homenageou o novo beato, o juiz Rosario Livatino, assassinado aos 38 anos, em 1990, pela Máfia siciliana. “Tornou-se testemunha do Evangelho até à morte heroica. Que o seu exemplo seja, para todos, especialmente para os magistrados, um estímulo para serem leais defensores da legalidade e da liberdade”, disse.
Francisco manifestou também a sua “preocupação” com as tensões e os confrontos violentos na Colômbia, onde se calcula que mais de 35 pessoas tenham morrido em confrontos com as forças de segurança, na sequência de protestos antigovernamentais dos últimos dias.
Perante vários colombianos presentes na Praça de São Pedro, Francisco pediu: “Rezemos pela vossa pátria”.
Citando a agência espanhola EFE, a TSF recorda que este domingo foi o 11.º dia de protestos contra o Governo de Iván Duque. As mobilizações sociais começaram com a luta pelo fim da reforma tributária, à qual se juntaram outras reivindicações que incluem precisamente a queda do Governo do Presidente Ivan Duque e o fim da brutalidade policial, diz a mesma fonte.
O Ministério Público colombiano informou na sexta-feira, 7, que houve pelo menos 27 pessoas mortas morreram durante os protestos. Mas a Organização Não Governamental Temblores
Temblores refere 37 mortes, 1.708 casos de uso abusivo da força, 234 casos de violência física e 934 prisões arbitrárias contra manifestantes, bem como casos de violência sexual contra 11 pessoas.