Na audiência geral

Papa denuncia ataques à dignidade de quem trabalha

| 12 Jan 2022

papa francisco audiencia geral foto youtube

“Infelizmente, o trabalho, com frequência, é refém da injustiça social e, em vez de ser um meio de humanização, torna-se uma periferia existencial”, afirmou o Papa durante a audiência geral desta semana. Imagem obtida a partir da transmissão em vídeo.

 

O trabalho clandestino e toda a atividade que é feita em condições que degradam a dignidade dos trabalhadores estiveram esta quarta-feira, 12 de janeiro, no centro das preocupações do Papa Francisco, na alocução que fez na habitual audiência geral.

A figura de José, esposo de Maria, continuou a ser o mote da sua catequese, como há semanas vem acontecendo. Desta vez, centrou-se na sua condição de operário. Explicou que a palavra grega utilizada para designar o trabalho de José tanto pode significar carpinteiro como marceneiro. Em qualquer caso, implicava uma gama diversificada de atividades, algumas delas exigentes e duras. Também não seriam muito bem pagas, já que, observou Francisco, quando ele foi com Maria fazer a apresentação do menino Jesus, levaram a oferta que a lei prescrevia para os mais pobres: um casal de rolas ou de pombas.

“Este dado biográfico sobre José e Jesus – continuou –  faz-me pensar em todos os trabalhadores do mundo, especialmente naqueles que trabalham arduamente em minas e em certas fábricas; naqueles que são explorados através do trabalho não declarado; nas vítimas do trabalho (…), nas crianças que são obrigadas a trabalhar como adultos e naquelas que vasculham as lixeiras em busca de algo útil para conseguir umas moedas”.

Ainda a propósito do trabalho não declarado, denunciou que os trabalhadores saem sempre a perder, porque não descontam para a reforma e porque ficam indefesos, em caso de algum acidente de trabalho ou mesmo da perda do posto de trabalho.

Sobre os desempregados, chamou a atenção não apenas para o aspeto da sobrevivência, mas também da dignidade ferida das pessoas que não podem trabalhar. “O que dá dignidade é ganhar o pão, e se não dermos ao nosso povo, aos nossos homens e mulheres, a capacidade de ganhar o pão, é uma injustiça social naquele lugar, naquela nação, naquele continente”, defendeu o Pontífice.

Depois de ter pedido um tempo de silêncio, recordando os que, em especial durante a pandemia, se viram sem trabalho e desesperados de procurar chegaram a pôr fim à vida, o Papa prosseguiu: “O trabalho não é apenas um meio de ganhar a vida: é também um lugar onde nos expressamos, nos sentimos úteis e aprendemos a grande lição da realidade, o que ajuda a vida espiritual a não se tornar espiritualismo. Infelizmente, porém, o trabalho, com frequência, é refém da injustiça social e, em vez de ser um meio de humanização, torna-se uma periferia existencial”.

 

Nova escapadela do Vaticano
papa francisco loja discos roma foto vatican news sem creditos

Francisco foi visitar uma loja de discos em Roma, cujos donos são seus amigos. Foto: Direitos reservados.

 

Mas o Papa, pelo menos de longe a longe, sabe fazer os seus intervalos, se é que se podem chamar intervalos.

Esta terça-feira, 11, ao fim de um longo dia de atividade, lembrando-se de uma promessa que tinha feito há mais de oito anos, saiu fora de muros do Vaticano num Fiat 500 branco, e foi… A uma loja de discos. Estava frio em Roma e era já escuro, mas ainda assim a chegada do homem de branco foi notada por algumas pessoas que, com o passa-palavra, rapidamente se converteram num pequeno grupo concentrado perto da porta, já que ninguém podia entrar.

Pouco mais de dez minutos depois, a porta abriu-se, o Papa saiu, ouviu-se alguém gritar: “Santo Padre!”, mas ele entrou no carro e partiu.

Quem gritou “Santo Padre” foi um jornalista espanhol que, por mero acaso, ia a passar por ali e que, depois de alguma insistência com os donos da loja, conseguiu uma explicação para a visita: Bergoglio, enquanto padre, arcebispo e cardeal costumava ficar alojado perto da loja de discos e era um cliente que foi fazendo amizade com os donos. Quando foi eleito, estes foram apresentar-lhe felicitações e ele prometeu, um dia, visitá-los. Cumpriu agora a promessa. Em agradecimento, recebeu um disco de música clássica. Se comprou algum não se ficou a saber.

 

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