Mais 21 cardeais anunciados

Papa Francisco alarga colégio de cardeais às periferias

| 29 Mai 2022

Imagem da Praça de S. Pedro e da Basílica de S. Pedro no Vaticano. Foto © Jean-Pol Grandmont

Ao consistório seguir-se-á uma reunião de todos os cardeais do mundo no Vaticano. Foto © Jean-Pol Grandmont

 

O Papa Francisco anunciou a realização de um consistório para a criação de 21 cardeais, incluindo o arcebispo de Díli (Timor-Leste), D. Virgílio do Carmo da Silva, de 53 anos, a realizar-se no dia 27 de agosto. Em setembro de 2019, o Papa tinha decidido criar a província eclesiástica de Díli, nomeando D. Virgílio do Carmo da Silva como primeiro arcebispo metropolita do território. O futuro cardeal, religioso salesiano, foi nomeado bispo de Díli a 30 de janeiro de 2016, por Francisco, e participou no Sínodo dos Bispos dedicado aos jovens, em 2018.

Na altura, e falando à Família Cristã, D. Virgílio apontava um sentimento partilhado por alguns membros da aula sinodal, principalmente oriundos de realidades não europeias, de que “há muitas coisas orientadas para a realidade europeia” nos trabalhos sinodais. “É algo muito frequente nas várias intervenções, sobre o foco do Sínodo”, dizia. O mesmo se pode aplicar ao Colégio Cardinalício, que tem abandonado a sua formação mais eurocêntrica, em particular durante o pontificado do Papa Francisco.

O consistório para a criação dos novos cardeais é o primeiro desde novembro de 2020. “Rezemos pelos novos cardeais, a fim de que, confirmando a sua adesão a Cristo, me ajudem no meu ministério de bispo de Roma, pelo bem de todo o santo Povo de Deus”, pediu o Papa, após a recitação da oração pascal do Regina Coeli.

A lista inclui ainda dois arcebispos brasileiros e o arcebispo de Goa e Damão, na Índia, cujo nome, Filipe Neri António Sebastião do Rosário Ferrão, traduz a ascendência portuguesa de muitas famílias no território.

A lista inclui 16 futuros cardeais com menos de 80 anos de idade, eleitores num eventual conclave, entre eles o mais jovem membro do Colégio Cardinalício, o missionário italiano Giorgio Marengo, prefeito apostólico de Ulaanbaatar (Mongólia), de 47 anos. Dos cinco que têm mais de 80 anos, dois não são bispos. Aliás, a nomeação para cardeal não tem de implicar uma ordenação episcopal, podendo ser nomeados como tal sacerdotes e leigos, embora a esmagadora maioria sejam bispos.

Este será o oitavo consistório do atual pontificado, após os realizados a 22 de fevereiro de 2014, 14 de fevereiro de 2015, 19 de novembro de 2016, 28 de junho de 2017, 28 de junho de 2018, 5 de outubro de 2019 e 28 de novembro de 2020. O Colégio Cardinalício tinha até agora 208 membros (91 com mais de 80 anos), incluindo cinco portugueses: Manuel Clemente, cardeal-patriarca de Lisboa, António Marto, bispo emérito de Leiria-Fátima, José Tolentino Mendonça, arquivista e bibliotecário da Santa Sé, todos criados pelo Papa Francisco e eleitores num eventual conclave; Manuel Monteiro de Castro, penitenciário-mor emérito; e José Saraiva Martins, prefeito emérito da Congregação para as Causas dos Santos, ambos com mais de 80 anos, logo não elegíveis para votar num futuro Conclave.

Para além do consistório, a maior surpresa foi a convocação de uma reunião de todos os cardeais do Colégio em Roma, a 29 e 30 de agosto, dias depois do consistório, para refletir sobre a nova constituição para a Cúria Romana, o serviço central de governo da Igreja Católica, um projeto prioritário do atual pontificado. A constituição apostólica Praedicate evangelium (Anunciai o Evangelho), publicada a 19 de março deste ano, propõe uma Cúria mais atenta à vida da Igreja Católica no mundo e à sociedade, rejeitando uma atenção exclusiva à gestão interna dos assuntos do Vaticano. [ver 7MARGENS]

É a seguinte a lista de todos os novos cardeais:

Cardeais eleitores:
Adalberto Martínez Flores (Paraguai), arcebispo de Assunção
Anthony Poola (Índia), bispo de Hyderabad
Arthur Roche (Inglaterra), prefeito da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos (Santa Sé)
Fernando Vérgez Alzaga (Espanha), presidente da Comissão Pontifícia para o Estado da Cidade do Vaticano e presidente do Governatorado do Estado da Cidade do Vaticano
Filipe Neri António Sebastião do Rosário Ferrão (Índia), arcebispo de Goa e Damão
Giorgio Marengo (Itália), prefeito apostólico de Ulaanbaatar (Mongólia).
Lazzaro You Heung sik (Coreia do Sul), prefeito da Congregação para o Clero (Santa Sé)
Leonardo Ulrich Steiner (Brasil), arcebispo de Manaus
Jean-Marc Aveline (França), arcebispo de Marselha
Oscar Cantoni (Itália), bispo de Como
Paulo Cezar Costa (Brasil), arcebispo de Brasília
Peter Okpaleke (Nigéria), bispo de Ekwulobia
Richard Kuuia Baawobr (Gana), bispo de Wa
Robert Walter McElroy (EUA), bispo de San Diego
Virgílio do Carmo da Silva (Timor-Leste), arcebispo de Díli
William Goh Seng Chye (Singapura), arcebispo de Singapura

Cardeais com mais de 80 anos, não eleitores:
Arrigo Miglio(Itália), arcebispo emérito de Cagliari
Fortunato Frezza (Itália), cónego da Basílica de São Pedro
Gianfranco Ghirlanda, sj, (Itália), padre, professor de Teologia
Jorge Enrique Jiménez Carvajal (Colômbia), arcebispo emérito de Cartagena
Lucas Van Looy (Bélgica), arcebispo emérito de Gent.

 

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