Missão de paz em andamento

Papa já mandou dois enviados especiais a Moscovo e Kyiv

| 18 Mai 2023

Papa Francisco recebe Volodymyr Zelensky, presidente da Ucrânia (Vatican Media)

O Papa Francisco a receber o Presidente da Ucrânia na semana passada: a missão de paz de que Francisco falou ao regressar da Hungria estará em marcha. Foto © Vaticano Media

 

O Papa Francisco mandou enviados pessoais para falar com o Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, e o Presidente da Rússia, Vladimir Putin, com o objectivo de “discutir e alcançar uma trégua” na guerra que já vai no seu 449º dia. A notícia foi dada pelo Il Sismografo, blogue italiano que acompanha a actividade do Vaticano, e refere que ambos os presidentes concordaram em receber os enviados.

De acordo com a página digital da revista America, dos jesuítas dos Estados Unidos, esta notícia confirma que a missão de paz que o próprio Papa anunciou pela primeira vez a 30 de Abril, quando regressava da sua viagem a Budapeste, parece estar agora em curso.

O Il Sismografo diz que para Kyiv viajou o cardeal Matteo Zuppi, arcebispo de Bolonha e presidente da Conferência Episcopal Italiana. Zuppi foi membro da Comunidade de Santo Egídio, de Roma, e aí adquiriu experiência nas negociações para a paz em Moçambique, que culminaram com o Acordo de Roma, em 1992.

Para Moscovo, o enviado será o arcebispo italiano Claudio Gugerotti, prefeito do Dicastério para as Igrejas Orientais desde 2022 e antigo núncio na Arménia, Geórgia e Azerbaijão (2001), Bielorrússia (2011), Ucrânia (2015) e Grã-Bretanha (2020). Gugerotti teve um importante papel em conseguir que o Presidente bielorrusso, Alexander Lukashenko, permitisse que o arcebispo Tadeuvus Kandrusievic regressasse a Minsk, de cuja diocese era titular, depois de inicialmente o ter impedido porque o bispo denunciara a supressão da democracia por Lukashenko. Gugerotti, que fala russo, terá boas relações com o Presidente bielorrusso, aliado de Putin, diz a America, citando fontes não identificadas.

Apesar de a notícia ter sido também divulgada pela ANSA, agência noticiosa italiana, não houve, nesta quinta-feira, qualquer confirmação ou desmentido oficial por parte do Vaticano. Mas a America adianta que, nesta fase, será pouco provável que haja qualquer confirmação, dada a delicadeza do assunto.

Na véspera, na cimeira de Chefes de Estado e de Governo do Conselho da Europa, que decorre em Reiquejavique, Islândia, o secretário de Estado do Vaticano, cardeal Pietro Parolin, afirmou: “Não podemos aceitar passivamente que a guerra de agressão naquele país atormentado [Ucrânia] continue”. E acrescentou: “Este é o momento de agir e de estabelecer uma paz definitiva e justa na Ucrânia, e em todas as outras zonas ditas ‘cinzentas’ da Europa.”

A revista dos jesuítas recorda que precisamente há duas décadas, em 2003, o Papa João Paulo II mandou dois enviados pessoais falar com os então presidentes iraquiano Saddam Hussein e dos Estados Unidos, George W. Bush, para evitar a guerra no Iraque. Mas essa iniciativa falhou, porque Bush já tinha decidido invadir o Iraque e fazer a guerra.

Além das mortes de milhares de pessoas, a invasão da Ucrânia pela Rússia provocou o êxodo de uns dez milhões de ucranianos e graves problemas no abastecimento de alimentos e energia em todo o mundo.

Apesar da preocupação do Papa, o Presidente Zelensky disse, na sua recente visita a Roma, no último fim-de-semana, que não considera este o momento adequado para o cessar-fogo. A Ucrânia quer que a Rússia retire do seu território antes de se sentar à mesa para negociar a paz. As expectativas ucranianas é que o Vaticano possa ajudar na troca de prisioneiros e no regresso de mais de 20.000 crianças do país que foram levadas à força para a Rússia durante a guerra.

Também o ministro ucraniano dos Negócios Estrangeiros, Dmytro Kuleba, esteve com Li Hui, enviado especial da China para os assuntos euro-asiáticos e antigo embaixador na Federação Russa, em Kyiv, nesta quarta-feira, 17. Li estivera também em Moscovo para tentar encontrar uma solução para o conflito, mas Kuleba disse-lhe que a Ucrânia não aceitará quaisquer propostas que impliquem a perda de território ou o congelamento do conflito.

 

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