Papa não quer vacina só para ricos nem para um só país e dá ventiladores a hospitais do Brasil

| 20 Ago 2020

O Papa Francisco na sua alocução do "Angelus", de 29 de Março de 2020.

“Seria triste se os mais ricos tivessem prioridade na vacina e se ela fosse propriedade de uma só nação”. Imagem de uma transmissão vídeo do Vatican News.

 

O Papa Francisco afirmou, na sua audiência de quarta-feira, 19 de Agosto, que “seria triste se os mais ricos tivessem prioridade na vacina contra a covid-19” e “se fosse propriedade de uma só nação e não de todos”.

Na sua terceira catequese a propósito da pandemia, Francisco lembrou ainda que a “pandemia pôs a descoberto a difícil situação dos pobres e a grande desigualdade que reina no mundo”. Há quatro critérios-chave que os líderes não devem esquecer, disse o Papa: “Que escândalo seria se toda a ajuda económica que estamos a ver – a maior parte com dinheiro público – se concentrasse em resgatar indústrias que não contribuem para a inclusão dos excluídos, a promoção dos menores, o bem comum ou o cuidado da criação.”

Lembrou o Papa: “Por um lado, é essencial encontrar uma cura para um pequeno, mas terrível vírus, que põe o mundo inteiro de joelhos. Por outro, temos de curar um grande vírus, o da injustiça social, desigualdade de oportunidades, marginalização e falta de proteção para os mais vulneráveis. Nesta dupla resposta de cura há uma escolha que, segundo o Evangelho, não pode faltar: é a opção preferencial pelos pobres.”

Citado na Renascença, e insistindo na questão da injustiça social, acrescentou: “A exemplo de Jesus, médico do amor divino integral, isto é, da cura física, social e espiritual, devemos agir agora para curar as epidemias causadas por pequenos vírus invisíveis, e para curar as que são provocadas pelas grandes e visíveis injustiças sociais. Proponho que isto seja feito a partir do amor de Deus, colocando as periferias no centro e os últimos em primeiro lugar. A partir deste amor, ancorado na esperança e fundado na fé, será possível um mundo mais saudável.”

Já no início da semana, o Vaticano anunciou que o Papa ofereceu 18 ventiladores para terapia intensiva e seis ecógrafos portáteis a hospitais do Brasil, indicados pela Nunciatura Apostólica (embaixada da Santa Sé) no país.

O cardeal polaco Konrad Krajewski, responsável pela Esmolaria Apostólica, departamento da Santa Sé que coordena as iniciativas de caridade do Papa, explicaou em comunicado que a ajuda foi possível “graças ao generoso compromisso da Associação Hope Onlus” que, “altamente especializada em projectos humanitários sobre saúde e educação”, tem trabalhado para “encontrar os equipamentos médicos de alta tecnologia que salvam vidas através de vários doadores” e tem trabalhado também no “procedimento de transporte e instalação nos diversos hospitais”.

O Vatican News recorda que o Brasil é o segundo país do mundo mais afectado pela pandemia da covid-19: são mais de 3 milhões e 300 mil casos e pelo menos 107 mil vítimas mortais.

O Papa ofereceu já ventiladores à Venezuela, Equador, Haiti, Bangladesh, Camarões, Zâmbia, Zimbábue, Itália, Espanha e Ucrânia, recorda a Ecclesia.

A pandemia de covid-19 já provocou pelo menos 774.832 mortos e infetou mais de 21,9 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um último balanço feito pela agência francesa AFP.

 

Andrea Riccardi: “O que mais me abalou foi o silêncio de Pio XII depois da Guerra”

Entrevista "A Lista do Padre Carreira"

Andrea Riccardi: “O que mais me abalou foi o silêncio de Pio XII depois da Guerra” novidade

O atraso na abertura dos arquivos do Vaticano relativos ao pontificado do Papa Pio XII e da Segunda Guerra Mundial “prejudicou o conhecimento da realidade”, diz o historiador Andrea Riccardi. Os silêncios de Pacelli foram uma escolha para evitar males maiores, diz, mas o que não compreende é o silêncio de Pio XII depois da Guerra, sobre o antissemitismo.

Crimes sexuais: indemnizações levam quatro dioceses à falência

Califórnia

Crimes sexuais: indemnizações levam quatro dioceses à falência novidade

Quatro das 12 dioceses católicas da Califórnia pediram falência, ou estão a considerar fazê-lo, por causa de mais de 3.000 pedidos de indemnização entregues nos tribunais do Estado por vítimas de abusos sexuais de menores que aproveitaram o facto da lei ter prolongado até dezembro do ano passado a admissibilidade de processos envolvendo pessoas tendo atualmente até 40 anos.

Apoie o 7MARGENS e desconte o seu donativo no IRS ou no IRC

Breves

 

Terça, 30, às 18h

Legado de Alfredo Bruto da Costa debatido na Feira do Livro

O livro O Que Fizeste do Teu Irmão? – Um Olhar de Fé sobre a Pobreza no Mundo, de Alfredo Bruto da Costa, é o ponto de partida para o debate que, nesta terça-feira, reúne Nuno Alves, economista do Banco de Portugal e membro da direcção da Cáritas Portuguesa, com Margarida Bruto da Costa, filha do autor.

JMJ realizou em 2022 metade das receitas que tinha orçamentado

A Fundação Jornada Mundial da Juventude (JMJ) Lisboa 2023 obteve no ano passado rendimentos de 4,798 milhões de euros (menos de metade do previsto no seu orçamento) e gastos de 1,083 milhões, do que resultaram 3,714 milhões (que comparam com os 7,758 milhões de resultados orçamentados). A Fundação dispunha, assim, a 31 de dezembro de 2022, de 4,391 milhões de euros de resultados acumulados em três anos de existência.

Debate em Lisboa

Uma conversa JMJ “conectada à vida”

Com o objectivo de “incentivar a reflexão da juventude” sobre “várias problemáticas da actualidade, o Luiza Andaluz Centro de Conhecimento (LA-CC), de Lisboa, promove a terceira sessão das Conversas JMJ, intitulada “Apressadamente conectadas à vida”.

Milhares a dançar na procissão

Luxemburgo

Milhares a dançar na procissão novidade

Uma procissão dançante que dura cerca de três horas, em honra de São Willibrord, um santo dos séculos VII-VIII decorreu como é tradição desde há perto de mil anos, na última terça-feira, 30 de maio, na cidade luxemburguesa de Echternach.

Em seis anos Irlanda perde um em cada dez católicos

Censo 2022

Em seis anos Irlanda perde um em cada dez católicos novidade

Em apenas seis anos, a Irlanda, um dos países “mais católicos” da Europa, viu a taxa dos que se reconhecem como tal reduzir-se em 10 pontos percentuais entre 2016 (79%) e 2022 (96%). Os números são avançados pelo jornal The Irish Times de dia 30 de maio com base no censo de 2022, cujos resultados foram agora conhecidos.

Agenda

There are no upcoming events.

Fale connosco

Autores

 

Pin It on Pinterest

Share This